segunda-feira, 7 de julho de 2008

Para a história!


Se há finais épicas, esta foi, sem dúvida alguma, um dos exemplos mais notáveis.

Uma coisa do outro mundo!

Os parciais dizem quase tudo e não mentem: 6-4, 6-4, 6-7, 6-7, 9-7!!!

E eu estava com um feeling…

Por muito estranho que pareça, nunca na minha vida joguei mas adoro ténis com fartura e a minha paixão começou com um jogo de computador do tempo do Spectrum. Estranho mesmo, mas verdade.

De forma que sempre que posso não perco uma boa partida e fico mesmo colado ao ecrã. Aposto que toda a gente esperava hoje um bom jogo mas ninguém imaginava uma luta de titãs como aquela a que todos os sortudos que estiveram ligados puderam assistir.

Rafael Nadal, o miúdo de 22 anos, acabou com o reinado de 5 anos de Federer em Wimbledon, e 6 anos de invencibilidade num duelo de quase 5 horas que terminou quando a noite já caia sobre o corte central do mais emblemático dos torneios do Grande Slam.

O espanhol entrou muito bem e afirmou-se nos dois primeiros sets mas a chuva que interrompeu a partida trouxe um Federer renovado e disposto a discutir a prova até ao final. O que foi servido nos dois sets seguintes foi a nata da nata do ténis mundial com muitos e bons momentos de antologia.

Quando se batiam já no 5º e último set, a chuva veio de novo trazer um período de tréguas e o suíço regressou a matar com dois “ases”, numa entrada digna do detentor do título.

Nadal nunca cedeu e sempre no encalço daquele que considerou “um justo nº 1”, acabou por se afirmar pela persistência, sempre taco-a-taco, e viu o jogo sorrir-lhe no final.

Afinal, no momento em que tudo parecia apontar para uma reviravolta talhada para a lenda, o aprendiz de feiticeiro soube dizer “presente!” e foi ele quem pegou no rumo da partida que há-de ficar registada em glória nos anais desta prova mítica.

Os momentos apoteóticos após a vitória, quando trepou pelas bancadas, em lágrimas, para abraçar os pais e o treinador, foram de arrepiar até as pedras da calçada. Só não se emocionou quem é de ferro e não é deste mundo. Até o Príncipe Filipe das Astúrias e a Letizia furaram todos os protocolos e correram entusiasmados para o felicitar. Foi de doidos, digo-vos eu!

Que coisa tão boa de se ver!

Também o meu ídolo de infância e juventude, o Sueco Bjön Borg, vibrou com a classe dos executantes na bancada, que até electrizou o irreverente McEnroe, ali destacado como comentador.

Bem podiam o Gavin Rossdale dos Bush e a starlete Gwen Stefani torcer pelo seu amigo suíço, que a coisa não estava para ali virada.

Foi mesmo muita bom!

E é óbvio que eu estava a torcer pelo miúdo! Que grande par deles teve de ter para aguentar aquilo tudo até ao fim!

Mais uma vez… Que viva Espanha! Olé, mi niño!

1 comentário:

Garraio disse...

Pois foi. Extaordinário!

O meu querido puto "apache", impediu-me de tomar as minhas cañas e as minhas tapas do Domingo à tarde, assim que fiquei estendido no sofá, a ver o fim de uma das melhores partidas de ténis da história.

Federer, esse grande senhor, possuidor de um leque de jogadas que o tornaram no melhor jogador de sempre, não pôde com o "touro" de Mallorca.

A diversidade do jogo do suiço, a sua experiência, não puderam com a força e o cálice do elixir da juventude que Nadal exibiu no court central de Wimbledon.

Nem a força do serviço, nem a força do público, nem a parcialidade do idiota que comentava o partido na SporTV, nem o chauvinismo inglês que mostrou 1000 vezes a tia avó de Federer, sem dar um único Plano dos Principes de Astúrias, lograram mudar o rumo do jogo.

O "velho" Federer, fez; à volta de 30 aces, mas o pujança de Nadal, mandando milhões de bolas envenenadas ao fundo da pista, sempre para a esquerda do suíço, foram letais.

Por isso, cuidado com a juventude, que tem muita garra e sangue na guelra. Nâo tem?