quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

O comando é MEO


E eis que quase 8 horas depois, dou por terminadas as operações de instalação do MEO na minha casinha que entra assim de rompante na era da televisão do futuro.

Custou… mas foi e ficou… 5 estrelas! Oh yé!

Foi uma tarde inteira a passar fios, a descobrir as passagens de caixa de parede a parede que tão bem preparei aquando da construção e que se deixaram de ver depois da casa ser pintada (typical me), e basicamente a servir de servente ao mestre, ora a desenroscar parafusos de tampas de ligação, ora a varrer os restos de fio e por aí fora.

Eu não sei se é da idade mas estas coisas já começam a incomodar-me com muita antecedência. Havendo a previsibilidade desta operação me revirar a casa por completo, deixando tudo de patas para o ar como de resto veio mesmo a acontecer, passei a noite inteira sobressaltado, a andar com escadotes em sonhos de um lado para o outro, ao ponto de acordar cansado. A idade tudo traz.

O técnico ligou-me 7 minutos depois da hora marcada e fiquei impressionadíssimo com o que veio a seguir. Todos nós sabemos que o país está, sobretudo nesta altura de crise, pejado de gente estúpida e malcriada e o mais certo é, quando algum desconhecido nos tem de entrar em casa, seja para vender rifas do Patriarche ou para montar seja o que for, que seja um desses gloriosos exemplares. Maneiras que eu estava assim com receio. Imaginava que seria um gajo assim muita mal disposto, que já viria escaldado da última instalação e ultra-aborrecido com a que iria fazer a seguir, daqueles que acendem um cigarro assim que metem as botas cheias de lama no hall de entrada e que mal abre a boca a não ser para arrotar, bocejar ou dizer mal do nosso clube de futebol.

Para ser sincero, temi que hoje me tornasse num serial killer ao não resistir aturar uma alimária destas e já com o cérebro atrofiado de tanta asneira lhe decidisse enfiar o ferro de engomar da minha mulher pelo crânio abaixo.

Não podia estar mais errado, meus amigos! Viva a gente! Tocou-me um rapazinho muito bem apessoado e apresentado, muito educado, ultra-profissional, com uma paciência fora do comum para aturar a minha insuportável curiosidade sobre o sistema, em suma, do estilo daqueles que toda a sogra quer para genro. Sim, senhor. O homem superou todas as expectativas. Não abria a boca sem dizer “se faz favor”, “obrigado” e “com licença”. Ouve até uma altura em que me deu pena dele que devia de estar tão cheínho de sede de fazer tanta força a puxar a merda da bicha que não passava nos tubos estreitinhos que lhe dei um copinho de Ice Tea e ele disse que tava bom e tão fresquinho. Horas depois pensei, “passado tanto tempo és capaz de estar à rasca para vá, dar uma mijinha ou assim” e não é que estava mesmo? Só que vocês haviam de ver a delicadeza com que o rapaz pediu se podia usar a casa-de-banho. Se eu tivesse uma empresa destas cenas, contratava-o na hora.

Nisto dá o Sócrates a falar na televisão do famigerado caso Freeport, já com o MEO em actuação com uma imagem cristalina e quase de alta definição e eu a pensar “ai Zézinho, Zézinho. Se apanhasses mais meia-dúzia destes como eu apanhei hoje, havias de ver isto a andar para a frente…”.

Depois de instalados os 3 receptores e o router da Internet, preparei assim um lanche-convívio que depois de tanta simpatia, não podia deixar o moço ir daqui com o estômago a dar horas. Nem uma cervejinha sem álcool quis beber. Meteu ali uma ou duas buchas de queijo, um copinho de sumo e “ala que se faz tarde”, mas não sem antes eu me ter apresentado, disponibilizado os meus serviços, dar um apontamento para um cafezinho e pedir o seu nome para que possa mandar um mail para a Visabeira a elogiá-lo perante as chefias. Sim, porque nós os portugueses, temos a mania de reclamar de tudo e de nada nos locais públicos mas quando chega a hora da verdade e em sede própria, cada um foge para seu lado e mais difícil ainda, é termos coragem para dizer bem seja de quem for ou do que for porque o mal tem muito mais piada e dá sempre pano para mangas.

Depois fui varrer tudo, passar o pano, arrumar as mobílias, retirar os equipamentos obsoletos e ajeitar os modernaços e sentar-me no sofá com uma felicidade tal de missão cumprida que até parece que estava na Mansão da Playboy a beber um Dry Martini com o Hugh Heffner.

Bom, esta cena do MEO é mesmo do melhor. Fogo! Que nível! Para já é por cabo, o que garante logo uma fidelidade digna de realce. Depois a caixinha preta é um mundo autêntico mesmo para quem só teve alguns minutos para fazer um lamiré geral: dá para aceder um guia de canais que disponibiliza pré-visualizações do que está a dar nos outros e do que vem a seguir; dá para gravar tudo e mais alguma coisa e passar para uma pen, por exemplo; dá para comprar e desistir de canais na hora, com uma autonomia total; dá para aceder a um Videoclube com centenas de filmes disponíveis por preços muito mais em conta que nos cinemas e sem sair do sofá; parece-me que só não dá para fazer uma coisa que eu agora não posso aqui dizer porque há senhoras a ler e a minha mãe também, por isso… (isto da censura auto-implícita é uma porra!).

E a Internet???????? Ahahahahahahahah. Lindo! Velocidades quânticas, estonteantes, cruzeiro, mais rápidas que a própria luz! Isto para um gajo que foi um dos percursores da internet no concelho (posso provar), mesmo dos primeiros utilizadores registados, há mais de 15 anos atrás, com computadores com discos rígidos de 512 MB e quando o tráfego fluía a 1.2 Kb por segundo. Seria? Será que era mesmo assim? Já não me lembro bem mas recordo-me perfeitamente que havia um site de celebridades nuas que eu frequentava e que para abrir uma foto demorava tanto tempo que começava a ver-lhe os seios quando o sol batia na janela do meu quarto de solteiro e chegava ao umbigo já a lua ia alta. Eina pá, isto agora é a bombar, mesmo! Diz ali 54 Mega bytes por segundo e ainda por cima… sem fios! Completamente sem fios! Isto de estar sentado na pedra, como diz o meu compadre, ou seja, na sanita a ler o New York Times ou a ver a CNN Live, em pleno Bairro dos Outeiros, tem que se lhe diga! Muita bom!

Olha, Deus queira que a guerra e o degelo dos glaciares agora não estraguem esta cena porque isto está impecável!

PS: Haviam de ter visto a cara da minha filha hoje de manhã quando lhe disse que quem vinha montar o sistema eram os próprios Gato Fedorento. Não queria ir para a escola, a pobre. Eheh.

PS1: Já agora, se há por aí alguém que saiba mexer nisto, será que me podia fazer a franqueza de me ensinar como é que se vê o Canal Vénus nesta cena? É que hoje é quinta-feira e eu queria tanto meter aquilo a gravar…

Como?

Não se vê?

NÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃO!!!!!!!!!

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

2008 soou assim



Não querendo deixar passar Janeiro sem o balanço musical de 2008, abro os portões da discoteca digital para memória futura e para, como nunca fui de fazer caixinhas, espalhar a boa nova a alguns mais desapercebidos.

Sendo assim:

Da produção de além-fronteiras, destaco, por ordem de importância:

1) Glasvegas – Glasvegas
Fenómeno escocês já aqui disseminado quando por eles me apaixonei, abriram um capítulo negro e belíssimo na história do rock com acento. Atitude, honestidade e uma musicalidade que nos dobra por dentro. 2008 é deles, todos de preto clássico, caminhando num cais qualquer debaixo da chuva miudinha. Um vocalista icónico, misto de James Dean e Joe Strummer e uma mulher na bateria, fazendo jus ao legado de Moe Tucker nos Velvet. Letras que são murros no estômago. Melodias que já são intemporais. O brilhante EP de Natal abre as janelas para 2009.




2) Vampire Weekend – Vampire Weekend
Um punhado de betinhos de Brooklyn dispostos a tomar o mundo de assalto com o seu som fresco e irreverente ou a prova evidente de como a nível das influências, o todo é muito mais que a soma das partes: junte-se o Paul Simon, o Peter Gabriel, guitarras africanas, órgãos flutuantes e uma atitude punk e “do it yourself” e obtemos a grande revelação do ano. A brincar, a brincar, gozando a sua própria despreocupação, quase atingem o Olimpo.




3) MGMT – Oracular Spectacular
Mais uma banda improvável e criada com um horizonte temporal definido que acaba por se tornar maior do que aquilo que alguma vez os seus criadores almejaram. Uma verdadeira neo-trip psicadélica onde ácidos se cruzam com guitarras acústicas e sons tribais que resulta num todo tão coerente quanto fascinante e diversificado. Alguns dos hinos de 2008 estão aqui. Time to pretend é para mim a canção e o vídeo do ano. Quando em 2050 se referirem a este ano, esta vai ser a banda sonora: Let's make some music, make some money, find some models for wives. I'll move to Paris, shoot some heroin, and fuck with the stars. You man the island and the cocaine and the elegant cars. This is our decision, to live fast and die young.We've got the vision, now let's have some fun.




4) The Last Shadow Puppets – The age of Understatement
O talento de Alex Turner vai muito para além das barreiras da sua banda raiz, os Arctic Monkeys. Disso sabíamos nós há muito mas ninguém certamente esperava que este dueto com Miles Kane dos Rascals pudesse dar origem a esta pérola absoluta. Duetos à guitarra ao melhor estilo Lennon/McCartney, vídeos com a artilharia russa e épicos “a la Morricone” com o amplificador ao rubro. O mistério da música destes jovens é para mim tão deslumbrante quanto são os maiores avanços tecnológicos ou os últimos gritos da ciência. Incompreensíveis de tão bons.




5) Lightspeed Champion – Falling of the Lavender Bridge
Devonte Haynes é a estrela improvável. Parece saído de um episódio especial dos Marretas sobre extraterrestres e é um exemplo claríssimo de que nunca se deve julgar as pessoas pela aparência. Quem ouvisse a pureza pop da música que produz sem ter tido contacto visual, jamais esperaria uma destas. Em 2008, este homem fez-me sorrir muito para as estrelas, enquanto corria sozinho no escuro com ele a cantar-me nos ouvidos.




6) Adele – 19
Durante muito tempo quis que fosse só minha. Temi que o mainstreama engolisse e ela se deixasse deslumbrar. Por momentos andou por lá mas acho que não quis ficar. Adele é muito mais que uma grande voz, é uma enorme intérprete e uma compositora virtuosa que me conquistou desde o primeiro acorde.




7) Metallica – Death Magnetic
Os verdadeiros fãs esperaram durante anos por este regresso e eu, embora não seja um purista, rendi-me à evidência de um disco que é uma autêntica martelada na cabeça. Muita raça, muita atitude, muito virtuosismo e sobretudo, o regresso ao prazer da velocidade e ao pó da estrada. Se a música algum dia foi poder, então o poder está todo aqui.




8) Crystal Castles – Crystal Castles
Um ovni maravilhoso, um arco-irís de cores berrantes. Uma dupla de terroristas sónicos que ressuscitou o som das velhas consolas Atari e as recrutou para todo sempre ao serviço do punk.




9) Oasis – Dig Out Your Soul
A minha dupla de eleição num registo que calou todos os detractores. De volta aos velhos tempos, assinam um lote de canções irrepreensível, mais uma colheita magistral para a sua já extensa galeria dourada. Para quem os acompanha desde o primeiríssimo momento, para quem segue todos os seus passos, single a single, este regresso é uma emoção. Depois da Praça Sony em 2000, vemo-nos daqui a 15 dias rapazes!




10) Santogold – Santogold
Um caldeirão mágico de sons e referências. E um marco incontornável que sintetiza como nunca aquilo que é o som dos nossos tempos.



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E a nível nacional...

1) Buraka Som Sistema – Black Diamond
Uma autêntica bomba que vai contagiar pistas do mundo inteiro. São grandes!




2) Deolinda – Canção ao lado
Já aqui revistos. Um disco para colocar ao lado do Variações, do Palma, do Godinho, dos Heróis do Mar, dos Madredeus, um clássico absoluto.




3) Rita Redshoes – Golden Era
Um cisne deslumbrante num disco irrepreensível. Apadrinhada pelo David Fonseca, outra coisa não seria, de resto, de esperar.




4) NBC – Maturidade
Um rapper de vistas largas que sabe o que diz e como diz. Muito feeling, muito funk, muito soul e um disco de âmbito internacional.




5) Mesa – Para todo o mal
Os Mesa são a nata da pop nacional e continuam, ainda assim, injustamente esquecidos. Mais um grande disco. Será por serem do Norte?



sábado, 24 de janeiro de 2009

Sobre a perda…


Pensei muito, muito nos últimos dias sobre se haveria de publicar isto ou não.

Decidi que sim.

Que sim porque este blogue já me deu muito e eu lhe devo lealdade, que sim porque este blogue é cada vez mais o repositório daquilo que sou e o meu baú de memórias, que sim porque eu sei que há-de haver quem há-de gostar de ler e de saber como são as coisas, pessoas que me amam e hoje e amanhã vão poder aqui estar e voltar, que sim porque é uma homenagem, mais uma que lhe faço.

Haverá alguns que perguntarão: “mas isto aqui porquê?”, esses podem sempre clicar noutro site e passar ao lado. Outros pensarão que é do foro íntimo mas o que é este blogue senão a revelação da minha própria existência e intimidade?

Mas eu sei que há quem perceba e olha… que se amole!

Então cá vai…

O meu irmão tem cenas do arco-da-velha. Com seis anos de diferença, durante muito, muito tempo a nossa relação foi, digamos que, tempestuosa. As coisas resumiam-se basicamente a uma dialéctica de terrorismo / porrada em que eu dava e ele levava.

Durante a adolescência sobretudo, esse período terrífico em que somos muito velhos para sermos crianças e muito jovens para sermos adultos, em que não somos carne nem somos peixe, ele foi a única entidade viva neste mundo sob a qual eu sentia algum poder e o pobre sofreu…

Ainda ontem ri às gargalhadas com uns amigos comuns acerca do episódio do cartão de sócio do Sporting, em que o aconselhei a retirar a cola excedentária da quota com acetona e, resultou tanto que lhe mamou metade da fotografia. Eh eh. Esteve uma tarde inteirinha a chorar baba e ranho. Foi duro mas acho que isso o tornou mais forte e melhor pessoa. A tudo isto ele sempre resistiu com uma admiração e um amor que hoje me parte o coração só de recordar. Imitando-me nos gestos, nas roupas, nos gostos e no entanto, sendo sempre ele próprio.

Lembro-me vezes demais das palavras da minha mãe antes de eu ir estudar para Lisboa, apelando à calma e ao entendimento entre as partes, nos momentos mais conturbados, alertando que talvez nunca mais tivéssemos oportunidade de estarmos tão juntos como então… e da tanta razão que tinha.

Depois tornámo-nos companheiros e soul mates e hoje é o meu melhor amigo, alguém a quem eu quase consigo ler o pensamento e seguramente uma das pessoas com quem mais gosto de estar. Sempre bem dispostos, sempre swingando pela vida fora. Sabe bem a paixão que tenho por ele e sabe quase tudo de mim.

Este ano deu-me o prazer de passar o Natal em minha casa e na altura de distribuirmos os presentes, entregou-me uma caixa preta com um dvd gravado no interior sem absolutamente nada escrito. Como não anda muito abonado, sabia que a prenda não deveria de ser um Jaguar dos novos mas realmente aquela pareceu-me assim… estranha e encostou à boxe naquela noite de emoções.

De vez em quando perguntava-me: “então já viste a prenda do mano?”. E eu: “nada puto! Não tenho tido tempo. Mas prometo que vejo”.

Há dias, de tanto insistir, piquei a coisa e a primeira imagem era a automotora antiga a entrar na estação da Beirã. Reconheci de imediato a reportagem que tinha passado na RTP2 aquando da abertura das fronteiras que desempregou os meus pais.

Parei de imediato.

Percebi logo do que se tratava e compreendi o que tinha feito. “Corri Portimão inteiro…”, tinha-me dito dias antes. Para quê? Sabia agora que para recuperar as velhas cassetes de video com imagens do nosso pai, passando-as para o dvd que me ofereceu.

Andei dias a ganhar coragem, até que mergulhei nele de cabeça.

Depois, escrevi-lhe esta missiva que aqui posto no formato original.
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Valeu Júnior.
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E já agora... HAPPY BIRTHDAY MAN!!!

Doing the dumb, só para me veres rir, no vidro da Pastelaria do Choca

Amor de irmãos
The portuguese Gallaghers
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Dois rapazinhos de Dublin que ensaiaram para o Nélson Mandela para não desafinarem contigo...
From Ireland... For you...
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You're the MAN!
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LOVE YA!
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Volúpia na cidade




Apetece-me muito escrever sobre o último Woody Allen que é um verdadeiro docinho, uma delícia irresistível.

É certo que é um Allen vintage mas eu considero-o um upgrade notável e um passo em frente na sua vasta obra. Chega a ser admirável como é que um respeitável senhor de 73 anos (que já tem mais do que idade para ter juízo, portanto) consegue retratar as relações actuais entre homens e mulheres em todo o esplendor da sua modernidade.

A estas horas já toda a gente sabe que a história anda à volta de duas amigas americanas (Scarlett Johansson como Cristina e Rebecca Hall como Vicky) que aterram em Barcelona para uma visita estudo de uma e férias de outra, e borram a escrita quando se deixam levar na conversa de um pintor espanholorro (Bardem) que está desertinho de as passar a ferro desde o minuto em que lhes meteu a vista em cima. Depois, isto de haver um homem e duas mulheres dá pano para mangas e se lhe juntarmos uma Penélope Cruz à beira de um ataque de nervos, no papel de ex do dito cujo, fica a barraca armada.

O filme tem um ritmo incrível e o tempo passa a voar. Muito estilo, muita cadência, a cidade magnífica vista pelos olhos do génio dos óculos de massa, banda sonora a condizer com “mucho salero”, os actores, todos eles magníficos e sobretudo, muita sensualidade.

A cena na câmara escura entre a nova Marilyn (Johansson) e a espanhola Cruz fica para a história do cinema e é digna de entrar na galeria dos beijos censurados do genial “Cinema Paraíso” de Tornatore.

Sendo assim, está na cara que dá pró menino e prá menina que vai certamente apreciar o look desmazelado (barba de 3 dias, cabelo desalinhado, roupas amorfanhadas) de um Bardem que não é bonito mas encaixa perfeitamente no estilo de macho que irá encantar as donzelas mais ousadas.

Opá, corram a ver que isto é memo bom!

Com o selo de qualidade Dr. Sabi.

A gerência faz questão de agradecer aos amigos que gentilmente cederam a fita via rota dos lellos. Isto de poder ver filmes com qualidade dvd antes de estrearem nas salas tem que se lhe diga. Uma classe! Gracias!


PS: Por falar em cenas de qualidade e gratuitas, não deixem de visitar o site oficial do New Max, dos Expensive Soul que para além de ser um extraordinário músico provou que é um dos mais inteligentes artistas da nossa praça ao disponibilizar o seu magnífico novo disco gratuitamente para download directo. E eu digo: “Porra! Até quenfim que há um gajo que tem a minha visão da coisa! Já é altura de os músicos se borrifarem para as editoras que andaram a vida inteira a mamar “à pála” e a roubar-nos a todos, artistas e consumidores. Com as novas tecnologias (via Internet e my space) não precisam da promoção das multinacionais para nada e quanto mais gente tiver acesso à sua música, mais pessoal vai aos concertos que é onde eles verdadeiramente ganham o papel pelo que só têm a beneficiar com a divulgação massificada. O meu já cá canta e eu ADORO! Está aqui. Quem é amigo, quem é?

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

O Mestre

Tanto estilo! Meu Deus, como é possível tanta classe num homem só?


O Zézé Camarinha é para mim uma espécie de guru espiritual que goza de estatuto de semi-Deus. Adoro tudo no homem, sou fã, não resisto ao seu carisma. Desde que o conheci numa reportagem de há uns anos atrás, fiquei ligado e tento absorver todo e cada um dos ensinamentos que nos deixa em vida. É uma figura mágica, uma entidade celestial, o homem que eu gostava de ser, embora preferisse claramente quando usava aquele bigodinho bem chulo. Uma máquina industrial! Qual George Clooney, qual quê?

Quando vou de visita ao meu irmão, a Portimão, faço sempre questão de passar no seu bar para admirar a extensa colecção de fotografias com celebridades (muito jogador de futebol) e apreciar os seus shots “You very white”, “You very brown” e o catedrático “Put the cream”. Muito bons, de facto. E se lhe carregarmos a seguir em cima com umas Guiness geladas no bar irlandês ao lado… é letra! Tenho sempre a expectativa de o encontrar por lá mas o sacana não se deixa apanhar facilmente, anda sempre a monte, atrás das bifas. Campeão!

E pensar que estive mesmo para o conhecer… a escassos metros dele. Era madrugada, bem sei, umas 5 ou 6 da matina e vínhamos nós do Sasha todos bem dispostos e enquanto esperávamos pelo táxi, vejo o gajo a falar com um polícia. Epá… que emoção. E eu estava mesmo numa de lhe ir pedir um autógrafo quando meia dúzia de russos ou ucranianos ou de outro país qualquer de leste, mas todos muita bêbados, entram destrambelhados pela rua acima num chaço todo rebentado e se esquecem de fazer a curva, galgando o passeio e abalroando quase o pessoal todo que por ali estava. Foi lindo, parecia que estávamos em São Francisco num cenário do “Dirty Harry”. Mas com aquela cena toda e de tanto rir, acabei por deixar de o ver…

Uma pena… Ainda hoje penso que pode ter sido apenas uma visão.

Tudo isto porque há dias, o meu amigo Pescada me enviou um excerto do seu livro de memórias que aqui republico. Isto sim é literatura da boa. Uma classe de homem! Fiquei de tal maneira embevecido que não resisti e encomendei o livro de imediato. Já vem a caminho… A estas horas já deve de vir ali no Entroncamento. Isto promete…


Atenção à linguagem, ó pessoal! Isto aqui é dureza…

(carrega que isto cresce)








Para rematar, um vídeo antológico com o melhor de…


Compadres 2009


No dia 12 de Fevereiro… todos ao Adro para mais uma edição dos Compadres.

Não faltem!

Chamo particular atenção para o cartaz, mais um saído da “Oficina de design e produção de papelada alusiva a coisas cá da malta do mestre Salvador Sabi”, desta vez, apresentando uma fusão com o universo brilhante de Springfield.

Oportunidade também para postar para a posteridade o cartaz das Janeiras, produzido pelo mesmíssimo mestre barroco, com destaque para a figura carismática do seu filho Manuel Gira. O original está em exposição no Museu de Arte Moderna de Nova Iorque onde amanhã irá decorrer uma sessão de autógrafos com a presença do próprio Manuel. Como tem medo de andar de avião e das amaragens, decidiu atravessar o Oceano a pé, caminhando sob as águas como o próprio Jesus de Nazaré. Partiu ontem ali da Fonte da Telha e diz que só vai parar nos Açores para beber um gin tónico no Peter’s. Hora de chegada prevista aos States: 10 da manhã (hora local).


(Lindo, lindo... feliz... tocando a sua harmónicazinha. Tareco!)

Passagens…

Há dias, no funeral do amigo Mário Patrício, no Porto da Espada, olhei para o horizonte, peguei no telemóvel e captei estas 3 imagens que resultaram muito curiosas.

Enquanto as descarregava no pc, a Leonor espreitou-me por cima do ombro e comentou: “eina pá… parece que estão a entrar noutro mundo…”.
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Ele há coisas...



sábado, 17 de janeiro de 2009

Coisas que eu não sabia… e aprendi mesmo agora



Eu não sabia que o CDS/PP ainda tinha eleitores suficientes para fazer um congresso.




Vede bem…

(clica e amplia)
Agência Lusa. 2009.01.14.

Numa tertúlia realizada na noite de terça-feira no Casino da Figueira da Foz, o Cardeal Patriarca de Lisboa apelou às jovens portuguesas para terem "cautela com os amores" com homens muçulmanos.D. José Policarpo pediu às mulheres portuguesas para "pensarem duas vezes antes de casar com um muçulmano", uma vez que, na sua opinião, estão "a meter-se num monte de sarilhos que nem Alá sabe onde á que acabam".


Uma coisa vos garanto eu: se fosse cómico profissional, tinha ido imediatamente entregar a minha carteira profissional ao respectivo sindicato alegando, no mínimo, concorrência desleal.

Com líderes religiosos a produzir humor deste gabarito, é impossível sobreviver neste ofício num país com um mercado tão pequeno!

Estratégias… em tempo de crise

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Crime e castigo


Pressenti que vinha a subir as escadas e espreitei. “Então pequena? Tá tudo em ordem?”.

Subia passo a passo, cabisbaixa, impecável no impermeável cor-de-rosa, de botas pelos joelhos e com os cabelinhos molhados da piscina a dançarem na frente do rosto. Passou por mim sem uma palavra e vi logo que havia caso.

Sentou-se na cama e reparei que as lágrimas lhe caíam pela cara abaixo.

“Houve azar?...”

“Portei-me muito mal na escola… e fiquei de castigo”.

"Quanto mal?".


"Muito mal!".

Não parava de soluçar e dei-lhe um tempo. A mãe entrou em cena e apresentou o relatório preliminar do inquérito decorrido na viagem de regresso a casa : “Ficaram quase todos de castigo. Portaram-se todos muito mal à excepção de dois ou três”.

“Mas eu portei-me bem!”, disse com a convicção de quem sabe que não tem razão.

“Se te tivesses portado bem, a professora não te tinha castigado, de certeza!”

“Eu acho que me portei bem… eu acho…”.

“Achas mas achas mal! Já sabes o que te espera... Hoje não há Zig Zag, não há televisão, não há jantar que tu gostas, não há Disney Channel, não há Hannah Montana, não há computador, não há história nem mimos antes de dormir. Castigo é castigo!”, disparei.

Depois de lida a sentença, sem alegações finais, o caudal de choro, obviamente aumentou.

Minutos depois, virou-se e disse-me “ó pai… desculpa” e abraçou-me ainda meio a tremer.

Quando mais estabilizada, disse-lhe: “Espero que não se repita, Leonor, nunca mais!” e ela disse que sim com a cabeça, com um ar de quem está pouco convencida da sua capacidade de cumprir a promessa.



Nota do progenitor: Quando era mais pequena custava menos… Dá a sensação que quanto mais crescida e mais consciente dos seus erros, mais difícil é repreende-la embora saiba de antemão que tem de ser. Que duro é fazer cara de mau perante aquela miniatura de Madalena arrependida que só dá vontade de comer às dentadas. Isto de ser pai, não é de facto fácil e o processo tem algo de muito pouco lógico: quando os filhos se tornam adultos e os pais se graduam nessa condição, entregam-lhe a licença de avós e deixam de poder exercer. Estranho, não é?

Estes crescidos...

On top of the world



Eu gostava de perguntar ao Ronaldo, não ao Ronaldo milionário, dos Ferraris escavacados, das mansões, das gajas, dos bacanais, dos luxos e das manias, mas ao Ronaldo-menino-pobre-da-Madeira que ainda tem de viver dentro dele, como é que é… chegar finalmente ao topo do mundo e poder olhar cá para baixo…

Este miúdo tem de ser um ídolo para mim e para todos os portugueses, sobretudo os mais jovens, não pelos golos que marca, pelo dribles e jogadas mirabolantes que faz, pelos jogos e pelos prémios que ganha, mas pelo exemplo vivo de preserverança que é. Ronaldo é a prova mais que evidente que desde que acreditemos nas nossas capacidades e trabalhemos muito duro, mais que todos os outros, só o céu é o limite.



Eina pá… que são chatos!

(clica para veres o pio)

Realmente, isto só demonstra o nível de atraso do nosso país.

Não pode o Benfica ser beneficiado num jogo que andam já o resto da semana a massacrar o pessoal...

Vejam bem…

Bastou terem validado um golo em que o David Luís está 2 metros fora-de-jogo e terem perdoado um penálti claríssimo em que o Luisão abalroa o jogador adversário em plena área para andarem já por aí todos feitas histéricas… “que o Benfica não sei quê…” e “uma roubalheira e não sei quantos…” e a fazerem queixinhas ao Ministério Público.

Invejosas…

Não podem ver os outros bem…

domingo, 11 de janeiro de 2009

Rua Fernando Namora, 12

O meu macaquinho de peluche, companheiro inseparável de tantas horas. Já completamente calvo e sem o escalpe que lhe retirei depois de uma missão mais arriscada.

Por motivos da mudança de casa da minha mãe, sou levado a reencontrar-me com o passado, com centenas de objectos carregados de memórias, alguns dos quais não via há décadas.

Esta manobra logística aparentemente simples perturbou-me o sono durante noites, acompanhou-me e perseguiu-me durante dias, revirou-me por dentro na antevisão do que me poderia trazer mas sobretudo por saber que para muitos destes objectos e por uma questão de espaço, este seria o último adeus.

Durante o processo não consegui deixar de pensar em como é relativo o valor dos bens (muitos daqueles tarecos, daqueles restos de coisas são verdadeiros portais para a memória e nessa medida, autênticos tesouros pessoais) e de como é estranho o comportamento do ser humano que apesar de ter perfeita consciência da sua mortalidade e da total impossibilidade de levar consigo seja o que for, persiste em guardar tudo e mais alguma coisa.

É…

Não foi, de facto, fácil… mas já está.

Fecha-se assim mais um capítulo da nossa vida, de uma casa sem grandes mordomias mas que foi a nossa e neste caso, não era de uma casa verdadeiramente que se tratava, mas antes do nosso lar e esse sim era o melhor do mundo. Ali rimos, ali chorámos, ali respirámos e fomos gente e família e tudo.

Dói vê-la assim despida, desprovida de existência, como se estivesse envergonhada da sua condição.

Eu já decidi que vou apagar estes últimos dias e vou guardá-la para sempre como ela era quando tinha luz, gente e calor. Como ela era quando era a nossa…
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E tu ficaste tão melhor assim...
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Máscaras de Carnaval com mais de 25 anos, Porshes a pilhas e robôs

O meu primeiríssimo quadro escolar

Um dos favoritos que resistiu décadas escondido na arrumação do quintal. Tardes inteirinhas com Pat Garrett, Touro Sentado, Buffalo Bill e Billy, the Kid

O portão de entrada do Forte Federal. Jornadas de diversão...
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O blusão de ganga do 2º ciclo ou 3 anos de escola em Castelo de Vide numa única peça de roupa.
Um "must" no guarda-roupa de então. Se o Lula do "Wild at Heart" tinha no seu casaco de pele de cobra um símbolo da sua personalidade. Este é o meu respectivo.
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A carteira da época com o símbolo dos Finalistas desenhado pelo meu querido colega João Henrique. Tantas histórias...

A indumentária das caçadas do meu pai



Tesouro absoluto. A caderneta de cromos do filme da minha geração.

O inenarrável diário do meu irmão. Uma cena do outro mundo...
Sei que me perdoas a inconfidência...
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24-8-1992. 2h e 29 m
Querido diário: este foi um dia memorável para toda a minha família porque o meu irmão teve um desastre de carro e não sei como não lhe aconteceu nada. Tive pena de perder o meu carrinho porque foi nele que aprendi a conduzir. Até amanhã.
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Pela parte que me toca. Obrigadinho pela preocupação mas foram só uns arranhões.
Ainda hoje choro esse Fiat 600 lindo de morrer...
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Domingos de tarde? Quantos domingos de tarde? Tantos domingos de tarde...

Colecção do jogos para o ZX Spectrum. Parece que foi noutra encarnação. Muito Chucky Egg, muito Phoenix, muito Bruce Lee, muito Match Day. O período Jurássico das Playstations. Só que muito melhor!

Convite para festa de curso técnico-profissional na Maluka, dos Fortios. Há 18 anos atrás. Valia uma bebida... Não faço a mínima ideia como resistiu até hoje... Devia ter sido um vodkazinho limão, talvez...



Os cadernos de apontamentos da faculdade. Horas a desfiar aulas, de rádio ligado, com vista para a Lapa e o Tejo.


A rua. (ponto final)
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PS: Grande abraço de agradecimento a toda a família envolvida na operação, sobretudo à sogra (o cérebro da logística) mas também sogro, Cris, Paula e Bonito, Maria Joaquina e Bobby. Valeu!

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Felicidade é…

Ó pra elas tão belíssimas!


Comer as magníficas laranjas da Baía que produzo no meu quintal. Esta primeira colheita é de qualidade suprema e augura-me um auspicioso futuro como agricultor. Para quem come, durante todo o ano, quilos deste fruto magnífico, poder saborear os exemplares que ele próprio extrai da mãe natureza, é algo milagroso.



Aqui está ela, linda, pela qual tanto lutei. Por ela lutei contra a vontade da mulher que não a queria no meio da calçada, lutei contra formigas, lutei contra gafanhotos e pragas variadas, lutei contra as mais diversa intempéries. É por isso que hoje, gosto tanto quando degusto os seus gomos sumarentos enquanto sorrio para as suas folhinhas verdes, sentindo o agridoce sabor da vitória.



PS1: E as sestas que hei-de dormir debaixo dela quando crescer? Por essa altura, as laranjas hão-de ser tantas que hei-de ser auto-suficiente em termos alimentares. Em caso de Armagedão nuclear, estamos safos!

PS2: A filha e a árvore já estão. Só falta o caraças do livro mas esse demora mais…

Pressão social


Nas aulas de Sociologia era frequente levarmos com conceitos como “status” ou “pressão social”. Meia volta, volta e meia, lá estávamos nós a bater na mesma tecla.

Pois bem, não há nada como a realidade. Eu digo-vos o que é pressão social…

No dia em que recomeçaram as aulas do 2º período, durante o jantar, a minha filha, cabisbaixa, comentou connosco: “sabem… todas as minhas amigas receberam telemóveis de presente no Natal…”.

A minha filha tem 7 anos. Anda na 2ª classe.

Este é o nível em que anda o campeonato…

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Baile de gala



José Sócrates entra em 2009 como um rocket em direcção à maioria absoluta.

Digam o que disserem os entendidos da nossa praça, os críticos, os “opinion makers”, as vozes discordantes, os filófosos de ponta das nossas tabernas e dos nossos cafés, para mim, na entrevista da SIC de hoje que se seguiu ao Jornal da Noite, o homem esteve:

Calmo
- contrastando evidentemente com um Ricardo Costa absurdamente nervoso para um jornalista com a sua experiência e a sua tarimba; e um José Gomes Ferreira titubeante.

Seguro - com uma memória prodigiosa, desdobrando-se em percentagens, números e estatísticas sem nunca vacilar e sobretudo sem ser contestado. À sua frente, apenas dois ou três meros papéis. Passou a hora da duração da entrevista fitando os entrevistadores, aguentando com os dois em campo aberto, enquanto estes se revezavam nas consultas às cábulas que tinham à mão.

Claro - nunca perdendo a noção que não estava realmente a responder a quem tinha à sua frente mas sim aos muitos milhares que estavam do outro lado do ecrã, utilizando uma linguagem acessível a todos (chegou inclusivamente a dizer que quando falava em recursos hídricos se referia, “portanto, à água”). Chegou a ser notável na forma como abordou a questão do novo estatuto dos Açores e como desmistificou a questiúncula em seu redor com o Presidente Cavaco.

Bem disposto – fazendo tudo para afastar a sua imagem de homem de pulso com laivos de tirano que alguns lhe apontam internamente. Educado, pediu licença para explanar os seus pontos de vista, evitou o choque directo, chegou até a ser irónico. Rindo de alguns comentários, gracejando com pontos de vista, causou certamente boa impressão para o português que assistia. Foi cordial e afável.

Versátil – Numa entrevista muito marcada pela crise internacional e pela questão económica, soube estar à altura do editor de economia da SIC (que não é pêra doce) e neste confronto directo, nunca (aos meus olhos de leigo) foi batido. Levou sempre a sua argumentação avante, soube sempre passar a melhor. Saltou de campo para campo com uma naturalidade de quem sabe que tem a lição estudada e em dia.

Hábil – Conseguiu sempre puxar a conversa de forma a passar a sua mensagem, os feitos do seu governo, evitando a imprevisibilidade do futuro, agarrando-se às certezas do presente. Por exemplo, esquivou-se à fuga fácil e eleitoralista da baixa dos impostos, para se escudar nas medidas que já efectivou como a descida do pagamento especial por conta e do IRC.

Convincente – Goste-se ou não, a verdade é que Sócrates consegue, como nenhum outro político português actual, defender aquilo em que acredita com uma força que passa para os outros e os puxa para o seu lado. Por muito que os milhares de professores gritem na Avenida, a grande maioria dos portugueses há-de concordar com a explanação que o PM hoje alvitrou. Quando disse que embora com algumas adaptações, faz questão e foi o único com coragem para avançar com uma medida que tardou 30 anos em se concretizar, certamente muitos disseram em suas casas: “se todos nós devemos ser avaliados, porque não estes também? Por acaso são diferentes, ou superiores?”.

E por isso eu digo, que sendo de direita (embora o mais à esquerda possível) olho para este homem como olho para o Liedson, no Sporting, ou o actual Hulk, no Porto: também gostava de ter um assim nos meus.

Entretanto, a testa-de-ferro do meu lado, quem eu cheguei a achar que poderia estar à altura do embate, entretem-se a presentear os portugueses com pérolas como aquela do “às vezes dá vontade de suspender a democracia para meter tudo na ordem” e que “o casamento tem como objectivo primordial, não a felicidade dos cônjuges mas sim a procriação, sendo um absurdo o amor entre pessoas do mesmo sexo”.

Caro Sócrates, com todos os defeitos que o menino também tem (para já é um pouco mentiroso. A minha filha todos os dias me pergunta pelo bom do Magalhães), tenho de conceder que não havendo claramente um à sua altura na minha falange, nada mais me vai restando que render-me à máxima do “se não os podes vencer…”.

Com um abraço,

Sobreiro
Visconde dos Outeiros
(por nomeação régia)