quarta-feira, 29 de abril de 2009

Meu São Marcos padroeiro (Versão 2009)

As piquenas da terra interpretaram as artistas internacionais ao som do playback. Um must!


O São Marcos 2009 conheceu a sua versão mais reduzida, de apenas 3 dias, que o tempo é de crise e o calendário não deu azo a mais.

E a festa começou muito bem com a animação a cargo dos finalistas da escola local a darem provas de organização e trabalho, primeiro com o desfile bem coordenado dos mais pequenitos e depois com as danças, os playbacks e por aí fora. Pena foi que não tivessem conseguido aguentar o nível até ao final que foi algo atabalhoado e não esteve à altura do resto da sessão. Quando a fasquia começou a baixar, num karaoke em que ninguém se entendia, a populaça começou a bater em retirada e foi pena porque realmente mereciam outro desfecho.
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Duas gerações de Silvas. As filhas sentadas e a mãe de pé. A tradição já não é o que era...
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Apesar de toda a gente me dizer o contrário, continuo a pensar que este fantástico par de óculos de sol que comprei ao indiano foram uma aquisição mesmo muito feliz. Vermelhinhos, com luzinhas a brilhar... uma classe! Vão fazer furor no Estádio da Luz. O primeiro par só durou meia hora mas como tinham garantia de um dia, ganhei uns novos. A pós-venda destes gajos é um luxo! Simpatizei com o tipo, o que é que querem? Meteu-se-me na cabeça que era o protagonista do "Quem quer ser bilionário" e prontos. Cá vai disto!
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Bonito momento institucional

As comemorações concelhias que evocaram a memória do 25 de Abril, que não constaram do cartaz geral da romaria por falta de vontade das forças vivas da aldeia, não deixaram de, ainda assim, se realizar e também estiveram engraçadas. A banda chegou a horas, o frio era de rachar, a assistência pouca mas os discursos foram bem quentes e para todos os gostos. Dando continuidade à promessa de dar voz a todas as forças políticas com assento na Assembleia Municipal, o presidente Dr. Carlos Sequeira deu vez ao Dr. Mena Antunes, do PP, que no seu estilo inconfundível zurziu a bom zurzir em tudo o que mexia e deixou antever ter munições para muito mais. O Prof. Garraio, pelo PS, num registo um pouco extenso para a ocasião, falou da história, da revolução e soube defender a dama a nível nacional e concelhio, o que não deixa de ser óbvio atendendo aos sufrágios que se avizinham. Não tão óbvia foi a escolha do Enf. João Bugalhão para manifestar a posição do partido laranja e menos óbvia ainda se tornou quando concretizou o seu discurso, suficientemente cáustico e incisivo para suscitar a dúvida nalguns presentes pela primeira vez na cerimónia, sobre se seria o representante da CDU. Vocês nem imaginam o que custa um homem ter de estar ali a ouvir, a ouvir e a não poder piar… Chega a ser cruel...

Os presidentes da Câmara e da Assembleia Municipal encerraram a extensa bateria de discursos e a popular Emília Mena, a meu convite pessoal, protagonizou um inédito e belo apontamento cultural ao ler uma poesia de sua lavra sobre a liberdade.

Os enchidos estavam poderosos, as carnes fumadas idem aspas, os queijos eram de primeira linha, os vinhos alentejanos estavam no ponto e até me custa a perceber como é que não vai mais gente a estas coisas. Eu sei que a parte inicial é difícil de levar, mas o repasto vale sempre a pena e afinal, ainda vai sendo de borla, o que nos tempos que correm…


A banda de Castelo de Vide esteve em bom plano

O estilo é inconfundível.
A cena parece de um daqueles filmes de cowboys que se faziam em Itália nos anos 70, os western Spaghetti. Tipo: Duelo ao pôr-do-sol.

O nosso Presidente da Assembleia, Dr. Sequeira, deixou marca.
Uma das grandes aquisições, em termos pessoais e de amizade, destes 4 anos de mandato.
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A pequena grande Emília Mena. Brilhaste, ó miga!

Aqueles rapazes do programa da Sic Notícias, o "Eixo do Mal", também apareceram lá pelo beberete.

O meu filho Gira é um galã. Por força que tinha que tirar uma foto com as doutoras do Turismo.
A Feliz muito sixties e a minha Cris com um sorriso amarelo de antologia!

Antes do almoço ainda deu para dar uma voltinha pelas barracas em Santo António e deu para ver que neste ano se registaram duas baixas de vulto: a mítica roulote do nosso Lino Bar e a mini pista de carrinhos de choque. Se não fosse o carrossel, meia-dúzia de indianos a venderem óculos de sol, cachecóis, capas para os telemóveis e t-shirts da música e do wrestling; e nem parecia que estávamos no São Marcos. Mas ainda assim… houve a bela da barraca do turrão, a da massa frita, a quermesse, a tendinha dos finalistas e o destaque para a tenda dos produtores de vinhos locais, impecavelmente gerida pelo Quim da Luz e pelo Vitor Bernardo ao balcão; acompanhados pelo nosso Francisco Nunes (mais conhecido por Chico Barril) a fritar pedacinhos de toucinho como só ele sabe. Ai que bom…



Os valentões da Tenda dos Produtores de Vinho. Boa malha!
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Um dos meus heróis: o meu amigo Manel Calado. Uma classe de homem!
65 anos mas espírito de 30! Eu quando for grande quero ser assim.
O Manel passeou o seu charme arrebatador de paletó branco à Júlio Iglésias. De partir o coração. Calça de ganga rota, cabelo puxado para trás, sapato rasinho de ganga. Ultra na Moda! Este homem é uma Redoute ambulante. E ainda por cima anda montado num Peugeot cinza descapotável! Nível, bébés! Nível!
O Sr. Zé Maria também ficou bem de emplastro lá atrás.
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"Ai qui este hómi leva-mi us buneques todes!", gritava ela, cotadinha.
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De tarde houve missa e procissão que para uns foi de devoção e para outros mais obrigação que não há fretes que não se dissimulam mas enfim… votos a quanto obrigam. Só espero que o povo não vá em cantigas e não feche os olhos aos lobos vestidos com pele de cordeiro. As voltas que a vida dá… e como os homens se transformam, pela ganância do poder, naquilo que um dia criticaram. Glória a Deus nas alturas que ainda os há como eu, com eles no sítio, capazes de dizer sempre o que pensam e incapazes de fazerem o que não querem só para cair em graça. O senhor não dorme… quem com ferros mata, com ferros há-de morrer.

As pequenas rodaram e rodaram ao som de êxitos do momento, ora nas costas do elefante, ora nos carrinhos dos bombeiros e quanto a prendas, a mais pequena encantou-se num cãozinho castanho que só ladrou meia-hora e ao fim de uns apertões já não abanava o rabo. A minha não tirava os olhos de um peluche da barraca dos tiros e lá andei eu armado em Clint Eastwood a ver se o sacava mas e a porcaria da pressão de ar deixava? Eina pá qui coisa mais torta! A russa não me deixava concentrar e eu só tinha 15 rolhas. Descobri-lhe a manha, cumpri o objectivo e deitei as latas todas a baixo mas ela enganou-me e ganhou o jogo na secretaria ao dizer que as latas tinham de cair no chão e não podiam ficar só caídas na prateleira. “Então mas não caíram porque bateram nas orelhas do boneco que está aí ao lado!”, dizia-lhe eu… em vão. Olha, sempre tirámos um peluche médio e parece-me que de tão bonito que era que fez logo esquecer o outro.

"Ó simpático: vai um tirinho?".

Atentem no pretuguês: "Tiras 2 vexes a 5 latas ganhas prémio médio.
E assim susivamente...".
Sai um óscar, fachavor!
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Tem centenas destes no sótão em cativeiro.
Mas tinha de ser ESTE! Oh god!

No carro das Bratz. Muito na berra!

O Santo saiu à rua e choveu

Um crooner absoluto.
Uma figura emblemática da vila, o João António, não perde um S. Marcos.
Ainda bem para nós. Sorte!
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E pensar que eu, feito parvo, não gostava disto. É o máximo!
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A Praça de Touros estava belíssima, para aí a ¾ e se não fosse o frio de rachar tinha mesmo enchido. Mais uma vez tenho de tirar o chapéu a toda a Direcção da Casa do Povo e em especial à sua Presidente Cristina Nova que é uma mulher como há poucos homens… que eu nunca vi nada assim… está em todo o lado, ela controla, ela organiza, ela parece o Nosso Senhor, valha-me Deus. Que grande máquina!

Ainda mal me tinha instalado com o meu pai sogro quando a Sónia Matias, que teve honras de abertura do festival, se chega à minha beira e me dedica a primeira lide e eu… opá… fiquei cá de uma maneira que não me cabia o feijãozito no tal sítio. Impecável! E ouve um parvo qualquer que me disse da bancada “baboso!” e eu respondi-lhe “antes ela que um cavaleiro. A ser… que seja assim… Palermas! Invejosos!” mas eu ainda estava fora de mim. A partir daí foi sempre a subir, a subir. Belas pegas, melhores farpas, música de espectáculo com a certinha Euterpe de Portalegre, imperiais fresquinhas à mão de semear… muita bom mesmo! Olaré!

Ai touro lindo! Mas ai touro bravo!

Olha aí rapaz que rasgas a jaqueta!
Se vocês ouvissem um faduncho que o meu santo sogro canta da jaqueta do forcado! É lindo!
Só é pena é que nunca o acaba... Deve de ser superstição!
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E há homens que trabalham quando os outros se divertem.
Há profissões assim e o Manuel é um exemplar único. Aqui ouvindo a história incrível do nosso amigo Caldeira que tanto padeceu com a porra das víboras. Ainda bem quem está melhor!
O Manuel, que passa a vida a tirar fotos a personagens... deve de ser uma das mais famosas do distrito!
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As concertinas ranga, ranga, ranga, ranga...
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O espectáculo das concertinas de Castelo Branco, à noite no GDA, chamou muita gente mas pareceu-me algo desadequado para a ocasião. Eu sei que deram um show na Feira da Castanha, onde estiveram em grande mas ali… zumba e zumba e zumba… tornou-se um bocadinho repetitivo, mas enfim. Fez-se! Que é o que interessa.

Os resistentes da malha não faltaram à chamada.
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Caixadas e Rumeninga nos seus estilos muito próprios... bem estilosos! Passo a redundância...
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As estrelas da turma infantil de Teatro da ACASM
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No domingo houve malha nos Outeiros a contar para os jogos do Norte Alentejano e depois de almoço, a estreia de mais duas peças do nosso grupo de teatro amador da Associação de Cultura e Acção Social de Marvão, que de amador já vai tendo muito pouco. Os pequeninos no “Papão e o sonho” do José Jorge Letria levaram-me literalmente às lágrimas de tão lindos que foram e os mais velhinhos, que estavam nervosíssimos e ensaiaram imenso, estiveram uma maravilha na comédia “Os Preços”do Jaime Salazar Sampaio. A sala, cheia de familiares e amigos, vibrou, percebeu e aplaudiu a bom valer, que não há espectáculo mais lindo que este dos filhos da nossa terra. De parabéns está a nossa professora Susanita que soube ser paciente e com o seu jeito, lá os vai levando a bom porto. O presidente da ACASM, nesta caso… eu, estava feliz e pagou um algodão doce à pequenada e um jantar aos mais crescidinhos que o tempo era de festa. Mãos largas!

O hilariante Ahah Antunes, sempre correndo atrás dos preços.
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Uma bruxa muito especial fez a folha ao ministro.

Todo o elenco da turma juvenil. Para o ano sai uma de adultos?

O algodão de recompensa pela extraordinária prestação. Muito bem!

A banda da Acasm animou as hostes. Até as vaquinhas bravas dançaram o "Paquito Chocolatero".
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Dali rumando directamente para mais um sucesso estrondoso da ACASM, desta vez com a sua orquestra ligeira da Escola de Música que deu um grande show na garraiada, com os seus pasodobles e ritmos latinos. Muito bom e um claro exemplo de como se podem conjugar os esforços… coincidindo a garraiada e a actuação em espaços diferentes, decidi juntar as duas coisas para chamar mais pessoal e o resultado esteve à vista. Impecável. Praça mais uma vez cheia e desta vez o herói foi o Rui Bailaradas que de calcinha branca, óculos escuros e capacete, pegou sei lá quantas sozinho! Este homem já merece uma estátua… ou o nome de uma rua… que há tantas a precisarem de um. (no meu bairro nenhuma ainda tem! Já me imaginaram a dizer numa qualquer repartição pública… “Rua?”. Rua Rui Bailaradas? Luxo!).

Não queiram fugir daí, não...

Sai rapaz!

Os CantAreias, versão 2009 (só não apanhou o Carrilho).
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As festas terminaram com a actuação dos Cantareias que por cá estrearam novo percussionista (boa sorte! Muito sucesso!) e com a actuação do Rancho Folclórico da Casa do Povo de Santo António das Areias, embaixadores culturais maiores da localidade e do concelho. Eu aplaudo sempre que se privilegia a prata da casa e compreendo obviamente a escolha da Junta de Freguesia mas ou se muda o tempo que costuma estar sempre desagradável ou se muda o sítio porque com o frio que ali estava… era duro mesmo!

É caro mas é bonito! Catrapum!
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E prontos… o Porto ganhou, os lagartos também, nós também mas ainda apanhámos um sirote e está feita.

Estas festas podem não ser grande coisa para quem vem de fora. Mas a gente gosta tanto disto, opá. A gente é feliz assim...

Viva o São Marcos e o seu bezerrinho que também não me deixaram meter lá à porta e devia de ficar tão bonito.

Olha, Deus queria que para o ano cá estejamos outra vez.
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PS: Dois agradecimentos especiais: aos meus sogros pelo acolhimento (em dias de festa a malta abanca lá em casa ao melhor estilo acampamento gitano), em especial à minha sogra pelos magníficos pitéus que nos preparou; e aos fotógrafos que colaboraram com este especial... Márcio Almeida, Esperança e outros... muito merci.

1 comentário:

kispo disse...

É bom sermos os primeiros a comentar! Para que saiba, todos os anos esta festa tem a colaboração na organização da escola, porém este ano foram apenas 7 alunos a organisá-la apenas com a ajuda de três professores. Se não foi do seu agrado as inscrições para o karaoke estavam abertas ao público era só pegar no microfone e ir mostrar o seu talento musical! continuação de uma Boa Noite!