domingo, 30 de agosto de 2009

Up (A vida por um fio… suspensa… em balões coloridos)


Fomos todos três, em família, ver a última coqueluche da Pixar, numa das moderníssimas salas UCI do gigante comercial Dolce Vita Tejo.

Vinte e tal euros por 3 bilhetes. É obra! Depois queixam-se da pirataria… A piquena da bilheteira deve ter notado o meu espanto (já não ia a salas grandes há algum tempo) e, sem eu o pedir, justificou-se com a cópia imaculada em Disney Digital a 3 dimensões e os óculos de oferta e…

Que se amole! Vamos a isso que o programinha há muito que estava planeado.
E que programa…

Devo começar por confessar que sou um fã devoto da Pixar, desde o primeiríssimo filme, quando ainda era uma pequena companhia independente, bem longe dos tempos actuais em que é a ponta-de-lança indiscutível e figura de proa do império Disney.

Tenho todos os filmes em dvd, religiosamente arquivados em minha casa, em edições de coleccionador.

De todos eles, a dupla “Toy Story 1 e 2” e o arrebatador “Monstros e Companhia” brilham desde o primeiro visionamento na minha lista de filmes favoritos, ao lado dos Tarantinescos “Pulp Fiction” e “Reservoir Dogs”, do “Drácula” do Coppola, do “Silêncio dos Inocentes”, do “Seven” do Fincher, de toda a galeria “Burtoniana” e “Kubrikana”, dos “Padrinhos”, do “Blade Runner” , do “Era uma vez na América”, do “Cinema Paraíso”, do “Apocalipse Now”, do “Taxi Driver”… enfim… dos 50 mais, chamemos-lhe assim.

Achei “Finding Nemo” um pouquinho forçado, “Os Incríveis” pouco imaginativos, o “Ratatouille” apenas interessante… mas ainda assim sei que quando tema é a Pixar, a fasquia é sempre altíssima e pode-se sempre esperar o melhor.

O que eu não sabia era que mesmo esperando o melhor, me poderia acontecer isto.

Uma amiga já me tinha falado no avassalamento que isto me podia causar e eu não quero levantar já as expectativas mas há uma coisa que eu tenho de dizer: este filme é a derradeira experiência cinematográfica. É, literalmente, O FILME.

E não me refiro ao cinema de animação. Refiro-me AO CINEMA, a maior de todas as artes, a que congrega todas as outras, a todos os milhares de horas de histórias que me passaram pela frente dos olhos.

Há géneros e estilos que não se podem comparar, eu sei, mas este tesouro com perto de duas horas é muito mais que um filme, é uma cápsula que concentra tudo o que é a vida. O amor, a amizade, a perda, o sofrimento, a alegria, a compaixão, a raiva, o medo, a glória… tudo aquilo que um ser vivo pode experimentar desde que enche pela primeira vez os pulmões de ar até ao último estertor, está aqui. E de uma forma tão inteligente, tão subtil, tão magistral que é de deixar qualquer um arrasado.

A mim arrebatou-me pelo coração e não mais me largou. Foi uma emoção… uma coisa tão grande e tão cheia do princípio ao fim que eu nem sei…

Já me tinha acontecido muita vez, mas desta maneira… não tem explicação possível.

Duas horas de lágrimas e gargalhadas e tanta, tanta, tanta, mas tanta coisa para pensar…

Toda a gente deveria de ver este filme. De preferência a sós, sem mais ninguém a ver e tentar aprender a verdadeira lição que nos quer ensinar.

Absolutamente genial e mais não digo.

Tem comédia, tem drama, tem acção vertiginosa (o miúdo ao meu lado dizia a certa altura ao pai: “agora já estou com medo…”), tem tudo! Este filme tem o cinema todo dentro.

Um assombro.

Uma relíquia do primeiro ao último segundo.

Poder ser contemporâneo da maior fábrica de sonhos do mundo e desfrutar da sua magia é algo único.

Façam-se um favor: “Não percam isto!”.

(De preferência numa sala como deve de ser, que suporte a tecnologia 3d, com som surround e todas as comodidades. Nada de sacar isto da net ou comprar cópias no mercado ou no chinês. As experiências religiosas só acontecem nas condições ideais).

5 comentários:

Sónia disse...

Esta semana tb queremos ir vê-lo, talvez ao forum Montijo, mas vou levar o cartão da ZON...na compra de um bilhete oferecem outro lol

Felizardo Cartoon disse...

Partilho inteiramente da opinião aqui tão bem fundamentada . É a magia do cinema em toda a sua plenitude .

para quem gosta tanto da imagem e do seu tratamento, o que eu não daria, para ter acompanhado o processo puro e duro que deu origem a esta obra prima da Pixar .

Abraço ! Hermínio

Francisco Abrantes disse...

Também já tive a oportunidade de ver mais uma maravilha com o selo de qualidade da Pixar, eu nem sequer era grande admirador do cinema de animação, mas desde que nasceu o André, agora com 10 anos, as idas ao cinema são sempre para "papar" filmes infantis. O Pedro tem razão, este filme é uma experiência maravilhosa do princípio ao fim e ao mesmo tempo deixa-nos a pensar em tudo isto a que chama-mos vida.
Vão ver s.f.f.

Francisco Abrantes disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Gi caldeira disse...

Eu tambem ja vi numa versão mais reduzida em familia, (só eu e a carolina)gostei, a mensagem e optima. O filme e deslumbrante, tanto que eu ri. Eu adoraria por uns balões na chaminé de minha casa... São estes singulares momentos que inconscientemente guardamos na memória.