quarta-feira, 29 de abril de 2009

Meu São Marcos padroeiro (Versão 2009)

As piquenas da terra interpretaram as artistas internacionais ao som do playback. Um must!


O São Marcos 2009 conheceu a sua versão mais reduzida, de apenas 3 dias, que o tempo é de crise e o calendário não deu azo a mais.

E a festa começou muito bem com a animação a cargo dos finalistas da escola local a darem provas de organização e trabalho, primeiro com o desfile bem coordenado dos mais pequenitos e depois com as danças, os playbacks e por aí fora. Pena foi que não tivessem conseguido aguentar o nível até ao final que foi algo atabalhoado e não esteve à altura do resto da sessão. Quando a fasquia começou a baixar, num karaoke em que ninguém se entendia, a populaça começou a bater em retirada e foi pena porque realmente mereciam outro desfecho.
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Duas gerações de Silvas. As filhas sentadas e a mãe de pé. A tradição já não é o que era...
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Apesar de toda a gente me dizer o contrário, continuo a pensar que este fantástico par de óculos de sol que comprei ao indiano foram uma aquisição mesmo muito feliz. Vermelhinhos, com luzinhas a brilhar... uma classe! Vão fazer furor no Estádio da Luz. O primeiro par só durou meia hora mas como tinham garantia de um dia, ganhei uns novos. A pós-venda destes gajos é um luxo! Simpatizei com o tipo, o que é que querem? Meteu-se-me na cabeça que era o protagonista do "Quem quer ser bilionário" e prontos. Cá vai disto!
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Bonito momento institucional

As comemorações concelhias que evocaram a memória do 25 de Abril, que não constaram do cartaz geral da romaria por falta de vontade das forças vivas da aldeia, não deixaram de, ainda assim, se realizar e também estiveram engraçadas. A banda chegou a horas, o frio era de rachar, a assistência pouca mas os discursos foram bem quentes e para todos os gostos. Dando continuidade à promessa de dar voz a todas as forças políticas com assento na Assembleia Municipal, o presidente Dr. Carlos Sequeira deu vez ao Dr. Mena Antunes, do PP, que no seu estilo inconfundível zurziu a bom zurzir em tudo o que mexia e deixou antever ter munições para muito mais. O Prof. Garraio, pelo PS, num registo um pouco extenso para a ocasião, falou da história, da revolução e soube defender a dama a nível nacional e concelhio, o que não deixa de ser óbvio atendendo aos sufrágios que se avizinham. Não tão óbvia foi a escolha do Enf. João Bugalhão para manifestar a posição do partido laranja e menos óbvia ainda se tornou quando concretizou o seu discurso, suficientemente cáustico e incisivo para suscitar a dúvida nalguns presentes pela primeira vez na cerimónia, sobre se seria o representante da CDU. Vocês nem imaginam o que custa um homem ter de estar ali a ouvir, a ouvir e a não poder piar… Chega a ser cruel...

Os presidentes da Câmara e da Assembleia Municipal encerraram a extensa bateria de discursos e a popular Emília Mena, a meu convite pessoal, protagonizou um inédito e belo apontamento cultural ao ler uma poesia de sua lavra sobre a liberdade.

Os enchidos estavam poderosos, as carnes fumadas idem aspas, os queijos eram de primeira linha, os vinhos alentejanos estavam no ponto e até me custa a perceber como é que não vai mais gente a estas coisas. Eu sei que a parte inicial é difícil de levar, mas o repasto vale sempre a pena e afinal, ainda vai sendo de borla, o que nos tempos que correm…


A banda de Castelo de Vide esteve em bom plano

O estilo é inconfundível.
A cena parece de um daqueles filmes de cowboys que se faziam em Itália nos anos 70, os western Spaghetti. Tipo: Duelo ao pôr-do-sol.

O nosso Presidente da Assembleia, Dr. Sequeira, deixou marca.
Uma das grandes aquisições, em termos pessoais e de amizade, destes 4 anos de mandato.
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A pequena grande Emília Mena. Brilhaste, ó miga!

Aqueles rapazes do programa da Sic Notícias, o "Eixo do Mal", também apareceram lá pelo beberete.

O meu filho Gira é um galã. Por força que tinha que tirar uma foto com as doutoras do Turismo.
A Feliz muito sixties e a minha Cris com um sorriso amarelo de antologia!

Antes do almoço ainda deu para dar uma voltinha pelas barracas em Santo António e deu para ver que neste ano se registaram duas baixas de vulto: a mítica roulote do nosso Lino Bar e a mini pista de carrinhos de choque. Se não fosse o carrossel, meia-dúzia de indianos a venderem óculos de sol, cachecóis, capas para os telemóveis e t-shirts da música e do wrestling; e nem parecia que estávamos no São Marcos. Mas ainda assim… houve a bela da barraca do turrão, a da massa frita, a quermesse, a tendinha dos finalistas e o destaque para a tenda dos produtores de vinhos locais, impecavelmente gerida pelo Quim da Luz e pelo Vitor Bernardo ao balcão; acompanhados pelo nosso Francisco Nunes (mais conhecido por Chico Barril) a fritar pedacinhos de toucinho como só ele sabe. Ai que bom…



Os valentões da Tenda dos Produtores de Vinho. Boa malha!
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Um dos meus heróis: o meu amigo Manel Calado. Uma classe de homem!
65 anos mas espírito de 30! Eu quando for grande quero ser assim.
O Manel passeou o seu charme arrebatador de paletó branco à Júlio Iglésias. De partir o coração. Calça de ganga rota, cabelo puxado para trás, sapato rasinho de ganga. Ultra na Moda! Este homem é uma Redoute ambulante. E ainda por cima anda montado num Peugeot cinza descapotável! Nível, bébés! Nível!
O Sr. Zé Maria também ficou bem de emplastro lá atrás.
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"Ai qui este hómi leva-mi us buneques todes!", gritava ela, cotadinha.
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De tarde houve missa e procissão que para uns foi de devoção e para outros mais obrigação que não há fretes que não se dissimulam mas enfim… votos a quanto obrigam. Só espero que o povo não vá em cantigas e não feche os olhos aos lobos vestidos com pele de cordeiro. As voltas que a vida dá… e como os homens se transformam, pela ganância do poder, naquilo que um dia criticaram. Glória a Deus nas alturas que ainda os há como eu, com eles no sítio, capazes de dizer sempre o que pensam e incapazes de fazerem o que não querem só para cair em graça. O senhor não dorme… quem com ferros mata, com ferros há-de morrer.

As pequenas rodaram e rodaram ao som de êxitos do momento, ora nas costas do elefante, ora nos carrinhos dos bombeiros e quanto a prendas, a mais pequena encantou-se num cãozinho castanho que só ladrou meia-hora e ao fim de uns apertões já não abanava o rabo. A minha não tirava os olhos de um peluche da barraca dos tiros e lá andei eu armado em Clint Eastwood a ver se o sacava mas e a porcaria da pressão de ar deixava? Eina pá qui coisa mais torta! A russa não me deixava concentrar e eu só tinha 15 rolhas. Descobri-lhe a manha, cumpri o objectivo e deitei as latas todas a baixo mas ela enganou-me e ganhou o jogo na secretaria ao dizer que as latas tinham de cair no chão e não podiam ficar só caídas na prateleira. “Então mas não caíram porque bateram nas orelhas do boneco que está aí ao lado!”, dizia-lhe eu… em vão. Olha, sempre tirámos um peluche médio e parece-me que de tão bonito que era que fez logo esquecer o outro.

"Ó simpático: vai um tirinho?".

Atentem no pretuguês: "Tiras 2 vexes a 5 latas ganhas prémio médio.
E assim susivamente...".
Sai um óscar, fachavor!
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Tem centenas destes no sótão em cativeiro.
Mas tinha de ser ESTE! Oh god!

No carro das Bratz. Muito na berra!

O Santo saiu à rua e choveu

Um crooner absoluto.
Uma figura emblemática da vila, o João António, não perde um S. Marcos.
Ainda bem para nós. Sorte!
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E pensar que eu, feito parvo, não gostava disto. É o máximo!
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A Praça de Touros estava belíssima, para aí a ¾ e se não fosse o frio de rachar tinha mesmo enchido. Mais uma vez tenho de tirar o chapéu a toda a Direcção da Casa do Povo e em especial à sua Presidente Cristina Nova que é uma mulher como há poucos homens… que eu nunca vi nada assim… está em todo o lado, ela controla, ela organiza, ela parece o Nosso Senhor, valha-me Deus. Que grande máquina!

Ainda mal me tinha instalado com o meu pai sogro quando a Sónia Matias, que teve honras de abertura do festival, se chega à minha beira e me dedica a primeira lide e eu… opá… fiquei cá de uma maneira que não me cabia o feijãozito no tal sítio. Impecável! E ouve um parvo qualquer que me disse da bancada “baboso!” e eu respondi-lhe “antes ela que um cavaleiro. A ser… que seja assim… Palermas! Invejosos!” mas eu ainda estava fora de mim. A partir daí foi sempre a subir, a subir. Belas pegas, melhores farpas, música de espectáculo com a certinha Euterpe de Portalegre, imperiais fresquinhas à mão de semear… muita bom mesmo! Olaré!

Ai touro lindo! Mas ai touro bravo!

Olha aí rapaz que rasgas a jaqueta!
Se vocês ouvissem um faduncho que o meu santo sogro canta da jaqueta do forcado! É lindo!
Só é pena é que nunca o acaba... Deve de ser superstição!
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E há homens que trabalham quando os outros se divertem.
Há profissões assim e o Manuel é um exemplar único. Aqui ouvindo a história incrível do nosso amigo Caldeira que tanto padeceu com a porra das víboras. Ainda bem quem está melhor!
O Manuel, que passa a vida a tirar fotos a personagens... deve de ser uma das mais famosas do distrito!
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As concertinas ranga, ranga, ranga, ranga...
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O espectáculo das concertinas de Castelo Branco, à noite no GDA, chamou muita gente mas pareceu-me algo desadequado para a ocasião. Eu sei que deram um show na Feira da Castanha, onde estiveram em grande mas ali… zumba e zumba e zumba… tornou-se um bocadinho repetitivo, mas enfim. Fez-se! Que é o que interessa.

Os resistentes da malha não faltaram à chamada.
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Caixadas e Rumeninga nos seus estilos muito próprios... bem estilosos! Passo a redundância...
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As estrelas da turma infantil de Teatro da ACASM
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No domingo houve malha nos Outeiros a contar para os jogos do Norte Alentejano e depois de almoço, a estreia de mais duas peças do nosso grupo de teatro amador da Associação de Cultura e Acção Social de Marvão, que de amador já vai tendo muito pouco. Os pequeninos no “Papão e o sonho” do José Jorge Letria levaram-me literalmente às lágrimas de tão lindos que foram e os mais velhinhos, que estavam nervosíssimos e ensaiaram imenso, estiveram uma maravilha na comédia “Os Preços”do Jaime Salazar Sampaio. A sala, cheia de familiares e amigos, vibrou, percebeu e aplaudiu a bom valer, que não há espectáculo mais lindo que este dos filhos da nossa terra. De parabéns está a nossa professora Susanita que soube ser paciente e com o seu jeito, lá os vai levando a bom porto. O presidente da ACASM, nesta caso… eu, estava feliz e pagou um algodão doce à pequenada e um jantar aos mais crescidinhos que o tempo era de festa. Mãos largas!

O hilariante Ahah Antunes, sempre correndo atrás dos preços.
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Uma bruxa muito especial fez a folha ao ministro.

Todo o elenco da turma juvenil. Para o ano sai uma de adultos?

O algodão de recompensa pela extraordinária prestação. Muito bem!

A banda da Acasm animou as hostes. Até as vaquinhas bravas dançaram o "Paquito Chocolatero".
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Dali rumando directamente para mais um sucesso estrondoso da ACASM, desta vez com a sua orquestra ligeira da Escola de Música que deu um grande show na garraiada, com os seus pasodobles e ritmos latinos. Muito bom e um claro exemplo de como se podem conjugar os esforços… coincidindo a garraiada e a actuação em espaços diferentes, decidi juntar as duas coisas para chamar mais pessoal e o resultado esteve à vista. Impecável. Praça mais uma vez cheia e desta vez o herói foi o Rui Bailaradas que de calcinha branca, óculos escuros e capacete, pegou sei lá quantas sozinho! Este homem já merece uma estátua… ou o nome de uma rua… que há tantas a precisarem de um. (no meu bairro nenhuma ainda tem! Já me imaginaram a dizer numa qualquer repartição pública… “Rua?”. Rua Rui Bailaradas? Luxo!).

Não queiram fugir daí, não...

Sai rapaz!

Os CantAreias, versão 2009 (só não apanhou o Carrilho).
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As festas terminaram com a actuação dos Cantareias que por cá estrearam novo percussionista (boa sorte! Muito sucesso!) e com a actuação do Rancho Folclórico da Casa do Povo de Santo António das Areias, embaixadores culturais maiores da localidade e do concelho. Eu aplaudo sempre que se privilegia a prata da casa e compreendo obviamente a escolha da Junta de Freguesia mas ou se muda o tempo que costuma estar sempre desagradável ou se muda o sítio porque com o frio que ali estava… era duro mesmo!

É caro mas é bonito! Catrapum!
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E prontos… o Porto ganhou, os lagartos também, nós também mas ainda apanhámos um sirote e está feita.

Estas festas podem não ser grande coisa para quem vem de fora. Mas a gente gosta tanto disto, opá. A gente é feliz assim...

Viva o São Marcos e o seu bezerrinho que também não me deixaram meter lá à porta e devia de ficar tão bonito.

Olha, Deus queria que para o ano cá estejamos outra vez.
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PS: Dois agradecimentos especiais: aos meus sogros pelo acolhimento (em dias de festa a malta abanca lá em casa ao melhor estilo acampamento gitano), em especial à minha sogra pelos magníficos pitéus que nos preparou; e aos fotógrafos que colaboraram com este especial... Márcio Almeida, Esperança e outros... muito merci.

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Manuel Gira interpreta “A música da puta” – exclusivo mundial!

Aviso à navegação: Post para maiores de 18!


Todos os grandes artistas têm a sua pancada.

Quando se trata de músicos, uma das mais frequentes é raramente ou nunca cantarem aquele êxito que os tornou mundialmente famosos. Foi por esse motivo que o rei Elvis passou anos a desprezar o “Hound dog”, é por essa razão que os U2 quase nunca tocam o “Sunday bloody sunday” ou os Stones fogem do “Satisfaction” a sete pés.

Coisa de artista mesmo…

O meu filho Gira, batidíssimo nos casinos de alto gabarito desse mundo inteiro, do Mónaco a Macau, de Sidney a Las Vegas, depois de juntar fortuna, decidiu vir viver para junto de mim. Gosta de recordar esses tempos áureos e de vez em quando, interpreta espontaneamente jóias intemporais do seu vasto reportório.

Todas… excepto uma.

A “música da puta”, um hit que rebentou todos os tops e fez particular estrondo na África Sub-Sahariana e na Ásia Menor, continua inexplicavelmente a ser uma das “vacas sagradas” do seu palmarés. Esteve anos sem a recriar.

Foi por isso com enorme espanto que no sábado passado, quando descíamos os dois a encosta de Marvão depois de assistirmos ao hastear da bandeira, bem dispostos e impecavelmente trajados nos nossos “Dolce Gabbana”, o ouvi mergulhar de cabeça para uma versão brilhante desse seu clássico perdido.

Não resisti a capturar esse momento único, e agora disponibilizo-o em exclusivo absoluto para o “Vendo o mundo de binóculos do alto de Marvão”.

Minhas senhoras e meus senhores, com todos vocês…


quinta-feira, 23 de abril de 2009

Os cães do meu bairro

Um dos Rambos do Manuel Pedro da Paz em plena acção. Rauuuf!
Está caladinho bóchita!



Os cães do meu bairro,
Ladram noite e dia sem parar,
Os cães do meu bairro,
Não me deixam descansar.

Não escolhem momento, nem hora,
Para incomodarem o pessoal,
Num abrir e fechar de olhos,
Montam um tremendo arraial.

De viver descansado,
Já perdi a esperança,
Quem é que consegue estar tranquilo?
Com a canzoada por vizinhança?

E não há casinha que se preze,
Que não tenha o seu Lulu,
Agora multipliquem por vinte e muitas,
Imaginem o sururu…

Isto para não falar do cheiro,
Que salta muros e quintais,
Empesta tudo à volta,
Assusta até os pardais.

Mas, os cães do meu bairro,
Não são de estimação,
Para isso falta-lhes carinho,
Amor e atenção.

Passam os dias amarrados,
Presos, sem poderem sair,
Andam tristes e sozinhos,
Por isso fartam-se de ganir.

E podia ser tudo tão calmo,
Uma paz… um sossego,
Se todos trocassem os bóbis,
Por um peixinho ou um borrego.

(que só fazem mééé de quando em quando)

Calma!

É claro que como em tudo na vida,
Também tem de haver excepções,
Há alguns bem comportados,
Que não mijam nos portões.

E é por isso que a carapuça,
Só serve ao cão que a enfiar,
Os outros, se não estiverem de acordo,
Podem sempre continuar a ladrar.

A moda


As pessoas olham para a minha t-shirt e riem-se…

Será do que diz?

Será da cor?

Não percebo…

E depois dizem que eu sou provocante...
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PS: Às vezes rir, é mesmo o melhor remédio e o único caminho que nos resta para a sanidade.

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Amália Hoje




Eu adoro, eu amo quando uma música me arrepia.

Estou sempre à procura desse sentimento…

Quando o som me entra pelos ouvidos e um arrepio bom me sobe pelas costas e esbate na nuca.

Esta versão da “Gaivota” que o genial Nuno Gonçalves dos Gift criou para o projecto “Amália Hoje” é simplesmente avassaladora. Tudo é perfeito… a voz carregada e apaixonada da Sónia Tavares, os violinos ao fundo, o ar retro, de festival da canção de segunda linha… é uma coisa…milagrosa.

A versão original renasce assim com uma nova roupagem que a projecta face ao futuro.

Depois dos “Humanos” ressuscitarem o mago Variações, agora é a vez da diva que todos sabíamos eterna, e passa assim a (re)viver mesmo pelo génio destes jovens criadores.

Estou cá com uma vontade de meter os ouvidos em cima deste disco…

E que nunca mais chega…

PS1: O Paulo Praça dos Plaza, ilustre desconhecido para muitos mas um grande vetereano destas andanças da boa música nacional; e o Fernando Ribeiro dos Moonspell, que já provou que é muito mais que um mero vocalista de uma banda de metal; completam o ramalhete. Isto promete… mesmo!

PS2: A notícia do Blitz está
aqui.

PS3: No dia 25 de Abril, o jornal Expresso oferece um cd promocional que contém um medley de quatro temas deste projecto, o videoclip do tema Gaivota e um vídeo do making of. Quem é amigo? Quem é?


segunda-feira, 20 de abril de 2009

Franguinho IRS à moda do Tio Sabi

Isto fui mesmo eu que fiz...

Para aliviar do stress e esquecer as lides mundanas que tristezas não pagam dívidas e a vida tem de avançar o mais bem disposta possível senão ainda me internam... nada melhor do que dar continuidade ao meu curso prático de culinária e hoje decidi fazer o almocito à patroa, ajudando assim a pagar as formações que me ministra gratuitamente.

Preparei assim um prato, completamente sozinho, que vos pode parecer comum mas nada mais errado porque se trata de um inédito absoluto criado por minha obra, graça e engenho. Qualquer semelhança com algo que tenham antes degustado… é pura coincidência.

Para provar que não sou de segredinhos… para todos vocês, meus queridos leitores e estimadíssimas seguidoras, a receita do “Franguinho IRS à moda do Tio Sabi”, um prato ideal para este tempo de crise.

A minha senhora diz que eu estou quase no ponto.

Ingredientes: (para 2 pessoas que isto é como o arroz doce… não é para brutos!)

- 1 cebola generosa (não muito avantajada);
- 2 dentinhos de alho;
- 1 fatia anafada de margarina;
- Um conjunto de pedacinhos de frango assado que sobraram do petisco de apresentação da Bimbi na semana passada e eu guardei numa caixinha no frigorífico que com a depressão económica que para aí vai não se pode desperdiçar nadinha;
- 1 pacotinho de batata frita em palha comprada nos Titãs do Vento que temos de deixar dinheiro cá na terra;
- 3 ovos frescos (convém não se esquecerem de os comprar antes senão têm de fazer como a minha mulher e irem caminho da casa da mãe pedir meia dúzia emprestados. A crise…);
- 1 laranja para decorar e servir junto para desenjoar;
- Umas tirinhas de pimento para enfeitar;
- Um guardanapo para limpar as bordas do pratinho para ficar bonito para a fotografia.

Preparação:

- Tirem a casquinha da cebola e dos alhinhos e cortem-nos bem piquininos. Atenção que é capaz de fazer chorar! Vejam se conseguem fazer como os cozinheiros que eu vejo na televisão, o inglês maluco e o rapazinho português de barbinha metrosexual: segurem na ponta da faca junto à tábua e vão fazendo para cima e para baixo como se estivessem a cortar bacalhau. Fica impecável! Juro!
- Quando estiver tudo misturadinho, meter dentro de uma frigideira ao lume, maior do que a que eu usei, de preferência, senão aquilo sai tudo para fora e ela ralha. Derretam primeiro a margarina e mandem lá para dentro a cebola e o alho. Vão mexendo o refogado porque isto é que é um refogado como elas dizem sempre. Agora já sei!
- Quando a cebola estiver lourinha, introduzam o frango previamente desfiado e sem ossos que devem de ir para a cadela. Quem não tiver cadela pode mandar directamente para o lixo porque a Valnor ainda não recicla ossos. Lá virá o dia...
- Vão mexendo senão cola ou queima.
- Aproveitem para partir os ovos. Deitem a casca fora e o que está lá dentro, o branco e o amarelo, metam num recipiente onde os possam bater com um garfo. Podem meter um bocadinho de sal, não muito senão ficam a tarde toda com a boca seca.
- Metam a batata palha na frigideira e mexam. Depois, quando estiver tudo assim enturmadinho, espetem lá com os ovos e mexam sempre muito porque senão parece uma omelete.
- Não deixem muito tempo ao lume porque senão fica muito seco e têm de beber mais água ou vinho consoante os acompanhamentos.
- Agora está pronto a servir. Decorem com a laranja e o pimento.
- E… espectáculo!

Acompanhem com uma salada de alface e tomate.

Agora já não têm motivo para passar fome.

Ultrapassem a crise! Sejam inteligentes!

Beijinhos, do Tio… Sabi

PS: Faço domicílios.

sábado, 18 de abril de 2009

Acerca do lançamento da revista cultural Ibn-Maruan


No próximo domingo...

E que me mereceu a seguinte informação apresentada na última reunião de câmara, no dia 15 de Abril.

"Fazendo uma retrospectiva da forma como decorreu este longo e duro mandato, olhando para os seis meses que restam até ao final do mesmo, poderia qualquer um mais incauto ser levado a pensar que já pouco ou nada o poderia espantar.

Pensava eu que a peculiar forma de gestão dos destinos do município, a singular evolução das relações pessoais entre o executivo e as constantes surpresas / desfeitas já me tinham preparado para tudo.

Mas eis que não param de me surpreender.

Percebi que estava errado quando há dias tomei conhecimento por um cartaz afixado na porta de entrada do edifício da Câmara Municipal que iria ser lançado um novo número especial... da revista cultural… do concelho… do qual sou Vereador da Cultura.

Sendo eu uma pessoa naturalmente bem disposta e de bem com a vida, poderia tentar discernir alguma graça no inusitado da situação mas vejo-me obrigado a confessar publicamente a minha falta de habilidade para tal.

Não deixa de ser duro, algo vil e até ultrajante, para alguém como eu, que tem desempenhado o cargo de responsável pela Cultura sempre no limite do seu esforço, capacidades e responsabilidade, ser informado desta forma humilhante de um acto tão nobre e de tamanha importância como é a publicação de um novo marco na produção bibliográfica com raiz marvanense.

Parece incrível, mas acaba por ser sintomático, que esta obra cultural não tenha passado pelas mãos do responsável pela área antes de entrar em produção, que o mesmo não tenha tido conhecimento prévio da data de lançamento ou sequer sido ouvido sobre a oportunidade da mesma.

Assim sendo, na eventualidade e previsibilidade de que tal possa acontecer, renuncio publica e oficialmente qualquer menção que possa ser feita ao meu nome na referida obra pelos motivos óbvios que aqui enuncio.

No entanto, porque a Cultura e Marvão haverão sempre de estar acima destas meras questões dos homens, faço questão de honrar o convite que me foi entregue para o lançamento da nova obra e marcarei óbvia presença, quanto mais não seja, por a mesma ser sempre, no meu entender, um motivo de regozijo para o titular da pasta por delegação de competências.

Para que conste e fique em acta.


Marvão, 15 de Abril de 2009

O Vice-Presidente,




(Pedro Alexandre Ereio Lopes Sobreio)"

A contas com o passado

A tragédia da ponte de entre-os-rios foi há 8 anos.
Um dossier bastante completo sobre o assunto feito pelo jornal Público está disponível aqui.

E houve uma noite em que aqueles que mais amavam deixaram de existir como num passe de magia negra… engolidos pelo alcatrão que cedeu… aprisionados numa câmara de tortura feita de ferros torcidos e betão armado… condenados à corrente violenta de um rio louco que lhes serviu de tumba.

Tudo isto depois de um dia feliz, de excursão, feito de risos e alegria, quando a tragédia era tudo menos previsível.

Mas espreitava-os no escuro, a escassos metros de casa, do seu lar, de um porto seguro.

Os familiares, depois de chorarem a perda, passaram muitas horas a olhar para as águas cinzentas, a tentar compreender como é que aquele amigo de toda a vida se agigantou e transformou num monstro violento que nessa noite de fúria imensa lhes roubou todos os seus de uma só assentada.

Como foi possível? Perguntavam em silêncio, vezes seguidas sem conta, ansiando e suspirando por um corpo que pudessem velar e honrar e depositar em descanso num sítio certo.

Depois de aprenderem a viver com essa dor lancinante que lhe turvava a felicidade dos anos futuros, deram voz à ânsia humana de vingança, à procura de alguém que personificasse a culpa.

Mas a justiça dos homens, feita por eles e por eles gerida e manipulada, fechou-lhes a porta na cara.

E agora essa mesma justiça vem-lhes pedir contas em facturas de milhares de euros em custas que ajudem a pagar o trabalho que sabiam que iria ter um resultado viciado.

Eles, de novo mergulhados neste drama que jamais os deixará descansados, dizem às televisões, de semblante triste, que não pagam.

Eu…

Digo..

Que esta coisas, para além de me encherem de vergonha de ser português, só me dão vontade de partir para a luta armada.

Será que em todo o edifício judicial português não há uma única pessoa de bom senso capaz de perceber que estas coisas pura e simplesmente não se fazem? Não há uma amnistia, um perdão, uma concessão, um regime de excepção, uma atenção para estes homens e mulheres e crianças até?

Pena…

quinta-feira, 16 de abril de 2009

A bimbalhona

Tão moderna...
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O meu amigo Nuno Tavares que para mim há-de ser sempre o Zandinga, alcunha que se lhe colou à pele nos tempos do Liceu, é um companheiro de longa data. Se bem me recordo, fomos da mesma turma nos três anos em que estudei em Portalegre e passámos umas aventuras juntos...

Lembro-me que quase não almoçávamos para nos enfiarmos no “Convívio” do patriarca Artur Matos a jogar snooker e levávamos horas agarrados à máquina de arcada do Tetris que era então a novidade total. Loucura!

Quando a gente gosta de alguém e é amigo de verdade, nunca lhe perde o rasto e a afinidade. Eu pelo menos prezo em ser assim.

O Nuno sempre foi um gajo inteligente, algo tímido, reservado mas sempre puro e leal. Um gajo autêntico, mesmo. Andou por Lisboa a estudos mas preferiu regressar à terra natal onde desempenhou diversas tarefas e tem sido um bom colaborador nalguns eventos que tenho organizado no Município. Tem o defeito de ser apoiante do Porto mas ninguém é perfeito.

Há dias ligou-me a dizer que é vendedor de Bimbys e que me queria fazer uma demonstração. Eu por acaso já tinha ouvido falar na coisa mas disse-lhe logo que o maquinão aquele não me fazia falta, sobretudo depois de saber que vale quase 1000 euros que dão para um LCD à maneira, um bom portátil (VAIOs incluídos) ou até para uma viagem assim já porreirinha.

Mas que sim, que tinha de fazer a demonstração e prontos pá… vamos lá a isso “for old times’ sake…”, mas sem compromissos, ãh?

Com o que eu gosto de juntar os amigos e como nunca tinha estado numa reunião destas tipo Tupperware, convoquei a rapaziada da Cultura para a minha maison que quantos mais melhor. Ele garantiu que aquilo fazia o almoço mas como eram tantos, arreámos uns pollos assados, alinhámos nuns queijos e enchidos e tapas várias, rodaram uns tintos alentejanos e a coisa compôs-se.

Quanto ao assunto que ali nos levou, devo dizer que fiquei deveras encantado. Aquilo só lhe falta mesmo fazer uma coisa que os homens adoram e eu perguntei logo se fazia. Não. De resto, faz tudo e como diz o Nuno, parece mesmo a cozinha mais pequena do mundo: ela pesa, ela tritura, ela mistura, ela faz sopas, gelados, caipirinhas, arrozes, patés, lasanhas, e até cozidos à portuguesa… tudo, tudo, tudo.

E o mais interessante é que tem livros de receitas próprios a ensinarem como é que o maquinão faz os diferentes pratos. Metes isto, mais aquilo, mais o outro, sempre em quantidades certas, carregas na velocidade e na temperatura e voilá! Bonito! Escusado será dizer que um gajo pode não ver um boi de cozinha mas se largar as 200 notas e investir vira um autêntico chef franciú.

Ele bem quis concretizar a venda mas eu disse-lhe que cá na minha casa quem manda é a patroa e que a cozinha é território muito seu pelo que a bibi aquela só tinha hipótese de cá entrar com a sua anuência. Mas ela diz que não, que não justifica o investimento e que quem gosta de cozinhar prefere os tachos, os fogões e os refogadinhos a olho, ali bem à maneira.

Sendo assim… que fazer? Ainda se fizesse a tal coisa… Ai não? Prontos… nada feito.

“Então se não compras vim cá fazer o quê?”.

“Então eu não te disse logo que não queria comprar? E tu disseste-me que mesmo assim o que querias era mostrar. Verdade?”.

“Tens razão”.

“Aaah”.

Mas as outras meninas ficaram super-entusiasmadas com a coisa. Pudera... A limonada? Belíssima. O gelado de frutas? Gostoso. Ai a porra!

Elas a pensarem como é que a raptavam e convenciam os seus mais-que-tudo a darem o aval positivo e eu sem hipótese com a minha mulher. Já viram isto? É por isso que a terra não cai para os lados.

Agora… o Armando Nuno domina a cena e mexe naquilo com maestria. O rapaz safa-se… Diz que faz pão e até vinho quer experimentar a fazer.

“Ai… se ela fizesse minis… ou tirasse imperiais como as da Pastelaria do Choca… comprava-te logo, não uma, mas antes duas!”.

Mas diz que não… que isso ainda não faz.

Olha… foi um belo convívio, um belo almocito, fiquei ali com uma lasanha prontinha a marchar e bem fresquinha e ainda podem surgir compradores pelo que foi bem. Acho que o saldo é positivo.

E nunca se sabe… como disse, e bem, o Barradinhas… neste ano o nosso Sócrates deu Magalhães. Pode ser que para o ano se passe e comece a dar Bimbys.

Eu inscrevo-me logo!



Então? Compramos ou não?

O China é craque nas saladas

Caipirinha... Saudades...

À bolonhesa!

Fresquinha... Boa no Inverno... gostosa no Verão

Queres uma? Chama o Armando!