terça-feira, 26 de janeiro de 2010

O divórcio... gay

Pois… eu compreendo que é um pouco forte mas é um José Vilhena e o José Vilhena é uma instituição nacional, pá. Não há discussão possível acerca disto. A ”Gaiola Aberta” devia de ser adaptada como livro de leitura obrigatória a partir do 7º ano. É o que eu acho…

Antes de mais, antes que alguém me salte para cima (salvo seja!), quero deixar bem claro que não tenho nada contra os homossexuais. Não tenho. Já tive. Já tive muito contra. Houve um período na minha vida em que não podia sequer ouvir falar neles mas de há uns tempos para cá, não sei se por o mundo em geral estar tão complicado, deixei de me preocupar…

Acho que cada um tem direito de gozar a sexualidade à sua maneira e de desfrutar o amor da forma que melhor lhe aprouver. Se forem dos discretos, tipo o novo deputado Vale de Almeida, que não exteriorizam as tendências, tanto melhor, mas as “bichonas malucas” também têm a sua graça, pelo que estou em paz com a classe. Até aos travestis já reconheço alguma arte.

Não me choca nada que se casem e para ser sincero, também não me horroriza que adoptem crianças desde que respeitem o direito à sua livre orientação sexual e não as influenciem a tomarem as mesmas opções. Não é líquido que crianças criadas por casais gay, que as há em Portugal e em todo o mundo, venham a ser também elas gays, da mesma forma que há muitos casais hetero que não conseguem evitar ter filhos gay, se é que me faço entender.

Se eu fosse criança e pudesse escolher, antes queria ter dois pais ou duas mães que me respeitassem e acarinhassem, vivendo num lar com todas as condições, a nascer numa família convencional onde me maltratassem desde o berço, me servissem carradas de porrada ao pequeno almoço, almoço e jantar, e me obrigassem a trabalhar numa espelunca qualquer em vez de estudar como todas as outras crianças da minha idade. Mas isso, dirão vocês, é óbvio e eu concordo. Como dizia o outro, “antes rico e com saúde do que pobre e doente”.

Mas se nada disto me choca, o mesmo não poderei dizer da euforia de toda esta história do casamento gay. A vontade era tanta que me parece que se esqueceram das consequências. Atenção que pode não ser para sempre…

Os nossos gays e a fixação no casamento fazem-me lembrar umas birras que eu fazia quando era puto. Ainda me lembro de algumas inesquecíveis como a da carrocinha na montra da Pérola do Matos, na Rua do Comércio. Imaginem que eu ia a um sítio qualquer e engraçava com um brinquedo. Pedia-o e diziam-me que não com uma desculpa do género “ai não podes ter tudo…”, “não lha comprem que o estragam com mimo…”, “nós também gostávamos de ter muita coisa e não temos…”. Era aí que a coisa aquecia e eu passava à luta armada usando da melhor maneira todos os recursos disponíveis… choro, baba, ranho e em últimíssimo caso, pontapés e o famoso e quase sempre infalível “mergulho encarpado para o chão”. Nem sempre as negociações corriam bem mas por vezes, quando conseguia o que queria depois de tanto lutar, dava por mim a olhar para o bem em questão e dizia para os meus botões: “eh… realmente já vi melhor… E agora?”.

Parece-me que os gays tugas correm o risco de cair nesta. Lá fazer tudo… eles fizeram. Mas agora que conseguiram… e depois?

2 comentários:

Gi caldeira disse...

E depois digo eu, de tão banal vai merecer menos atenção.

Como todas as conquistas, após as vitorias, tornam-se mais silenciosas.

E para bem de todos nós que se calem com esta história de casar homens com homens e mulheres com mulheres.

Nos dias que correm, os casamentos convencionais ja estão a render pouco, vive-se em uniões de facto, assim era preciso arranjar uma nova versão para poder continuar a garantir receitas.

Unknown disse...

Caríssimo, muito boa tarde!
Tenho esta imagem também, mas não tenho as referências bibliográficas. Vc saberia informar qual o numero da revista "Gaiola Aberta" em que ela veio publicada?
Obrigado pela ajuda1
Sinceramente,
JValentim