domingo, 5 de dezembro de 2010

Filigrana, lantejoulas e "pó de fada"

Não estava (nem de perto, nem de longe) na extensa lista de "filmes a ver quanto antes" mas que valeu a pena... lá isso valeu!

As tardes chuvosas de domingo passadas na cama têm destas coisas…

Damos por nós a fazer ou a ver coisas que não tendo sido programadas, nos “saltam” ao caminho e acabam por ser o “prato do dia”. E foi assim que acabei de ver no Telecine o “This it it”, o filme baseado nos ensaios daquela que seria supostamente a última digressão de Michael Jackson, um sucesso antecipado com 50 shows na O2 Arena de Londres (capacidade: 23.000 almas) esgotados em horas.

Já por aqui dissertei, aquando da sua morte, sobre o magnetismo e a importância deste artista em quem foi puto nos anos 80. Não me quero repetir mas este filme relembrou-me porque assim foi. Eu até estava a ler o jornal, descansadinho, com a televisão ao fundo só a fazer companhia mas fui “sugado” por aquela avalanche de talento que me prendeu a atenção. É impossível resistir.

Para quem gosta de música… é um verdadeiro regalo até porque aquilo que Michael se propunha fazer era (mais uma vez!) algo absolutamente inédito que misturava com maestria números de canto e dança com sumptuosos recursos multimédia, cinema, fogo de artifícioe afins… enfim, um autêntico festim que certamente estaria até para além de tudo o que os grandes “monstros” da pop/rock (U2, Stones, Madonna…) já alcançaram.

Transportados para o palco através dos olhos da câmara assistimos aos ensaios “tal e qual” como decorreram e eu confesso que fiquei maravilhado com o homem… com o seu perfeccionismo (marcando todo e cada passo de dança ao milímetro, dirigindo uma banda de suporte do outro mundo, encarregando-se de cada detalhe…), com o seu enorme sentido musical, com a sua impressionante forma física (afinal, já não era um jovem e elas não matam… mas moem), com a sua enorme generosidade com os jovens artistas que o acompanhavam (que não se fartavam de repetir que estar a seu lado era o sonho de toda uma vida. Pudera…), com a sua concepção única e visionária de espectáculo, com a sua humildade e simplicidade.

Foram meses de trabalho árduo (como se pode bem comprovar) que nunca chegaram a parir um espectáculo gerado com tanto… amor.

A vida, sempre ela, a dar um ar da sua trágica graça, levando-nos pelos caminhos mais inusitados que conduzem onde só ela sabe.

O testemunho é importante. Perdê-lo é passar ao lado do seu legado, de algo que poderia ser único e um marco histórico no mundo do espectáculo.

1 comentário:

Helena Barreta disse...

Quer goste-se ou não da música e dele próprio, uma coisa é certa, Michael Jackson foi, de facto, um marco na história da música.

Um abraço