sábado, 14 de maio de 2011

Qual arte?


Esta “cagada” foi vendida na quarta-feira por 27 milhões de euros e acho que o feito ilustra bem o actual estado da arte e o mundo louco em que vivemos.

Esta simples composição de quatro fotografias que constituem um auto-retrato do “artista” enquanto jovem alcançou o feito de valer o impossível.

Andy Warhol foi de facto um “artista”, no meu modesto entender, não tanto pela qualidade da arte que foi capaz de produzir em vida mas antes pela forma como a conseguiu aproximar das massas, tornando-a popular e ao alcance de todos. Warhol soube ter a extravagância necessária, soube fazer a leitura correcta dos tempos, soube rodear-se das pessoas certas e inovando q.b., tornou-se no mito que a morte se encarregou de adensar.

Grande parte do seu trabalho foi isto… fotografias que coloriu… recortes que multiplicou e uma ou outra pintura quase que decalcada. Não há, na história da arte, outro exemplo tão evidente do conto do rei que ia nú no cortejo.

Eu acho isto uma vergonha. Pior que isso…um ultraje! E podem começar a atirar pedras que eu quero mandar fazer um muro de granito dos antigos na parte de trás do quintal. Agradeço.

Nunca tive aspirações a ser crítico de arte, nem de perto nem de longe. Mas sou um entusiasta da pintura e tenho obviamente as minhas preferências. Gosto de coleccionar literatura sobre o tema e tem graça que ultimamente até tenho lido todas as noites à minha Leonor antes dela adormecer, um capítulo de uma história da pintura para crianças muito engraçada que lhe comprei há dias. Ela também já vai tendo os seus gostos e os “Elvis” do Warhol foram das coisas mais difíceis de lhe passar enquanto arte. É natural. Se eu a compreendo.

Um auto-retrato com quatro carantonhas do Warhol, de gabardine e óculos escuros, umas com a cabeça direita e duas com ela a tombar para cada um dos lados e dá cá 27 milhões de euros. Dasss…. Aposto que o comprador mijou a cama de contente nesta noite. Vai-se fartar de engatar miúdas com ele. Quando o virem pendurado por cima de televisão… Grrraaauuu!

Caraças pá! Um Van Gogh, um Picasso, um Dali, um Rembrandt, um Renoir, um Goya, um Botticelli, um Vermeer… qualquer um serve desde que tenha tido a destreza e a ousadia de tocar o divino ao ter a ideia de criar uma obra única e irrepetível a partir de uma tela branca e um punhado de tintas.

Agora um freak em Nova Iorque a mirar-nos de soslaio em quatro fotos pintadas a azul. Por esta módica quantia…

Ohhh pahhhh… f***-se! Por favor…


Se estas fotografias nem para o passe da Carris dão.

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