quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Sabor a Brasil



Hoje tive o enorme prazer de ter sido convidado pelo amigo Marôco para almoçar com ele, seus convivas e familiares, em sua casa, na quinta situada perto de Castelo de Vide. Habituei-me a conhecer e a admirar o Marôco de toda a vida. Como homem mais velho, mais rodado que eu, a admiração que tinha por ele desde jovem foi crescendo sempre pela sua extraordinária postura perante a vida, pelo seu low-profile, pela sua calma e educação, por saber sempre estar em qualquer sítio. Cresci sempre assim, a aprender admirá-lo e a respeitar e a apreciar tudo o que fazia. Na altura era a paixão pelo fotografia, depois.. o matadouro, as escolas… e depois de tudo, o seu bar na vila tão bem conhecido de todos. O Marôco era e é um senhor e é assim que o vejo: alguém que sabe sempre escolher os seus amigos e que sabe estar. Assim juntou nessa mesa comensal amigos que foi conhecendo ao longo da sua vida e dos quais tive a felicidade de fazer parte. Pessoas ligadas às escolas, aos bancos, à câmara de Castelo de Vide, pessoas da sua família (pais, companheira e filhos), amigos que se reuniram para dar s despedida a este ano que passou e a desejar que este novo seja bem melhor. Foi uma enorme alegria para mim estar assim rodeado de gente tão boa, de volta à vida nesse ambiente tão acolhedor, tão informal e tão confortável. Almoçámos uma feijoada brasileira feita mesmo à moda de lá (por quem sabe) e mais parecia que estávamos no Corcovado, almoçando no areal junto à praia, desfrutando da brisa marítima carioca. Entre histórias e sorrisos, gargalhadas e brincadeiras, passou-se o tempo e fez-se aquilo que eu mais gosto: estar entre gente boa e passar um bom momento. Muito agradável! Muito bom! E eu assim regressei à vida, convivendo entre os meus amigos, sendo feliz na terra do lado, respondendo a tudo quanto me perguntavam, manifestando-me presente sempre que podia, estando vivo! Fui de boleia com um amigo, falando sobre a minha e a sua vida, regressando à naturalidade sem guarda e sem protecção, sentindo-me vivo. De tarde passámos pela Portagem, para um arranjo mecânico na oficina dos manos Mena (António e Zé Maria) e ali vimos a tarde a cair entre conversas com amigos que iam chegando. Valeu tudo muito a pena apesar do tempo que passei de pé(horas…), apesar do frio que caía tarde fora… porque o calor humano a que tive direito, o ânimo que fui recebendo por quem chegava foram enormes e fizeram tudo valer a pena. Depois, no final, fomos ao Zé Calha tomar um café e ver a alegria no cumprimento pessoal dos presentes foi para mim (cada uma sua maneira) arrebatador. Esta alegria imensa de estar de volta ao “meu” concelho, ao “meu” mundo, à “minha” gente… não tem preço! Eu sei que foi tempo a mais, eu sei que a minha patroa Cristina não ficou nada feliz de me ver entrar em casa já de noite, eu sei que ela até tem muita razão…. Mas será que ela (ou eu…) teria ficado tão feliz se tivesse ficado em casa e descansado, dormindo a sesta como me mandam os meus médicos? Pela minha parte, eu sei bem e a resposta está mais do que dada. Adivinhem qual é…


Ps: Eu sei que me comprometi perante a minha mulher que saberia negar todos os convites que me fizerem de almoço porque estou em recuperação, eu sei que os meus amigos compreenderão que eu lhes diga que não, eu sei que temos muito (todo) tempo pela frente, eu sei que teremos muitas oportunidades, eu sei que "há mais dias que chouriços", eu sei isso tudo mas desculpem... esta tinha de a fazer!

1 comentário:

Helena Barreta disse...

Há ocasiões e amigos a quem não podemos, nem devemos resistir. Ainda bem que apreciou a companhia, se sentiu bem e esteve feliz.

Um abraço