terça-feira, 8 de maio de 2012

A concurso!


A minha Leonor está cada vez mais engraçada, mais crescida, mais mulherzinha a cada dia que passa e é um prazer enorme vê-la a crescer assim. O maior do mundo!

Esperta, mete-se em tudo, ouve tudo, sabe opinar sobre tudo, não deixa nada em claro. Nesta semana que passou, nestes últimos dias, passaram-se duas com ela que não resisto a contar-vos. A primeira foi a publicação na “Visão Júnior” de um texto seu sobre as bonecas preferidas, as “Monster High”, umas piquenas horripilantes que são filhas de vampiros ou lobisomens e estudantes de um liceu dos Estados Unidos. Ela lê a “Visão Júnior” desde que aprendeu e tem a sua sempre encomendada no Rui Boto para quando acompanha o pai a buscar o “Expresso”, trazer também o seu exemplar. Eu sabia que ela tinha escrito para lá mas fiquei surpreendido por ver a publicação do seu comentário entre muitos outros, dezenas deles que têm por lá certamente caído nos últimos tempos. Claro que ficou radiante e guardou a edição que passou a engrossar o seu espólio bibliográfico. Esta foi boa mas o melhor ainda estava para vir...



Ultimamente não se calava com o espetáculo do CSI (título da série americana “Crime sobre Investigação”) que iria acontecer no nosso país creio que no Pavilhão Atlântico e em Santa Maria da Feira. A ideia era recriar o ambiente que rodeia a investigação policial nos Estados Unidos e seguia as linhas orientadoras da série televisiva que ela costumava acompanhar com a mãe sempre que esta última a deixava assistir (porque o teor da série o permitia). O evento era um festim para os mais novos, para a malta jovem que segue com curiosidade estes eventos dos crescidos.

Fartou-se de nos pedir se podia concorrer aos bilhetes e nós, depois das habituais perguntas e cuidados sobre a privacidade, demos-lhe autorização para se “fazer” aos bilhetes, embora estando sempre cientes que era um concurso à escala nacional, que os concorrentes deviam ser mais que muitos, que as hipóteses de vitória eram muito escassas. Alimentámos-lhe assim as esperanças mas nunca pensamos que a história que redigiu fosse uma das escolhidas. Qual não foi o nosso espanto quando depois de me pedir para utilizar o computador, ouvimos um grito e a vimos numa felicidade estonteante que até dava direito a saltos e a uma coreografia. Ficou radiante, meu Deus, e eu vi logo o que vinha a seguir. Depois da alegria viria a desilusão quando se apercebesse das dificuldades em levantar o bilhete e estar presente. Era uma sexta-feira e a mãe trabalhava nesse fim-de-semana, eu teria a responsabilidade de tomar conta dela e da irmã nos dois dias que se seguiam, faltavam apenas horas para a abertura das portas e ir a Lisboa, por muito que lhe custasse perceber na euforia, não é propriamente como ir ali à Beirã. Há coisas que os adultos têm de levar em linha de conta, coisas triviais com o combustível, as portagens, os almoços, os passeios e as lembranças… que as crianças não pensam nelas mas que pesam  nestes tempos modernos e à hora que era e perante o cenário que se adivinhava, ir a Lisboa de sobressalto não era certamente o nosso programa ideal para fim-de-semana. Posto isto, teria de se passar para a parte das negociações e eu aqui declaro publicamente  que apesar do esforço por agradar ser enorme, não estava a conduzir nada bem as negociações. Só lhe dava os parabéns e pedia para não ficar triste, o que não lhe levantava  o astral, nem fazia com que a barra ficasse menos pesada.

Eu aflito, a mãe cabisbaixa, a pequena a léguas de tudo o que se passava, e ela… na mesma. Eis que senão a Cris teve uma ideia realmente brilhante daquelas que desbloqueiam as situações de crise porque naquele momento prometeu que assim que visse uma, lhe comprava outra boneca “Monster High”(daquelas que a mãe não suporta), e fez-se luz: o pranto deu lugar a um sorriso, serenaram-se os ânimos e ficou tudo muito mais calmo.

Falou-se num bem maior, naqueles que ocupam os lugares cimeiros do gosto e após aquilo já nem ela, nem ninguém se recordava do que eram e para o que eram os ingressos. Tudo tinha passado e tudo fica bem quando acaba bem.

A boneca já cá dorme em casa há uns dias, instalada com as suas colegas no prédio residencial que possuem no quarto da Leonor e onde não faltam todas as comodidades do mundo moderno, jardins e jacuzzis incluídos. O CSI já foi à vida, ficou apenas uma memória que vai querer guardar, como nós com o episódio.

Só espero que quando crescer e se meter noutras paragens, tenha um pouco mais de cuidado e certeza quando se enfiar nestas embrulhadas e me pergunte antes se posso mesmo dirigir o iate que nos vai sair nesse cruzeiro que nos vai tocar pelo Mediterrâneo. Eh, Eh…




1 comentário:

Helena Barreta disse...

Muitos parabéns à Leonor pelo concurso, por ser uma miúda com iniciativas e interventiva.

Foi pena realmente Lisboa ficar longe.

Um abraço