terça-feira, 30 de julho de 2013

Lisboa… és só tu e eu

Breve nota explicativa do autor, o vosso tio sabi: este post é uma aula gratuita que vos dou, meus pequenitos e pequenitas, sobre música moderna portuguesa. Quer isto dizer que o texto deu trabalho a fazer. Cada palavra sublinhada tem um link associado. Se clicarem em cima, têm acesso direto ao assunto em questão. Têm tempo? Pagaram o estacionamento do carro? Pode demorar 5 minutos a ler, mas também pode levar meia-hora e umas minis. Vai partir o comboio fantasma. À borla!  





Eu já não sou do tempo do punk.

O punk rock nasceu poucos anos depois de mim. Os Sex Pistols, os grandes embaixadores, muito mais radicais que por exemplo, os geniais Clash, lançaram o seminal “Never mind the bollocks” quando tinha 4 anos. Nessa altura, eu andava mais com a Abelha Maia, aquela doida varrida, a saltar de nenúfar em nenúfar com o saltarico Flip.

A revolução “do it yourself” com 3 apenas 3 acordes foi uma bomba e “bateu-me” anos depois. Bateu muito.

Sou mais da pop, dos Smiths e dos primeiros The Cure, mas as repercussões da pedrada no charco nunca deixaram de se fazer sentir.

Em Portugal, os Peste e Sida e os Tara Perdida do mítico João Ribas, davam cartas altas. Vi-o na rua quando estudava em Lisboa e naquele então, os tempos agrestes eram bem visíveis nele. Pensei que tinham acabado.

Sou hoje surpreendido com o fabuloso hino à capital que fizeram com o Tim, dos Xutos e Pontapés. Esse Tim que cada vez mais se torna uma figura incontornável do rock-pop português, pelos inúmeros projectos de qualidade em que já se envolveu. Eu que me considero um melómano, recordo apenas os Resistência e os Rio Grande para justificar o estatuto.



Um grande tema dedicado à nossa capital que já bem o merecia. A Lisboa de Alfama, do Bairro Alto, da Mouraria tem agora um tema à sua altura. “Lisboa és só tu e eu”, cantam.

Muito bom. Uma taça de Portugal a fazer lembrar o troféu da Liga dos Campeões que os míticos The Pogues, os punk folk Pogues do grande Shane Macgowan fizeram a Londres quando a compararam a uma senhora. Pogues que foram a minha estreia em concertos internacionais num Coliseu dos Recreios apinhado, numa noite apadrinhada pelo meu querido amigo Chico Serôdio. Noite quente, noite bem vivida, noite imemorável que terminou com um vai-vem de cacilheiro que há-de ficar gravado a ouro para todo o sempre. 

Carregar na ligação em baixo para ver o video com a letra lindissíma a decorrer


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