sábado, 14 de setembro de 2013

Balanço do tradicional jantar


A amiga Emília Mena divulgou a sua estreia no jantar que aqui divulguei na maior rede social do mundo. Publicou uma foto, fez menção ao retratista e só dias depois este pode opinar.

Para a posteridade e para que fiquem, seguem-se os relatos:




Querida Mila, 

A minha vida está tão atribulada que entre feriados municipais, festas de Marvão e idas a Lisboa ainda não tive oportunidade de vir aqui ao facebook conhecer e analisar a tua reportagem do evento. Tu, que és tão genuína e tão autêntica, ficas bem onde quer que apareças. És uma graça natural. Este jantar, que já se realiza há quase tantos anos como os que eu tenho de vida esteve dois anos sem se realizar. Por falta de iniciativa, foi morrendo. As tradições são assim: custam mais a manter que a criar. Num ano (2011) eu não fui porque estava quase de fora desta vida. No outro ainda estava a dar os primeiros passos do renascimento… mas deste não podia passar. Desafiei o organizador do pessoal da câmara, alguns colegas das finanças e a coisa fez-se. Hoje orgulho-me de dizer que este jantar não morreu porque eu também não morri e tudo fiz para que continuasse. Continuou mas com abertura: já consegui trazer o colega Marquês, em representação dos Correios de Marvão e trazer-te a ti, minha amiga, que inexplicavelmente nunca tinhas sido contatada. Por falta de tempo, não consegui trazer os colegas do meu edifício, também prestadores de serviço público, mas para o ano, se Deus nos der saúde, há-de ser ainda mais e melhor.

Tu conheces o teu amigo Pedro Sobreiro, há quase 30 anos (estamos a ficar cotas…) e sabes que eu não tenho papas na língua. O que é: é! A única coisa que me custou nesse jantar foi saber (porque a verdade é como o azeite e vem sempre ao de cima) que a mais alta instância do edifício municipal transmitiu que não iria ao jantar porque o jantar era de elite. Eu, por aqui respondo: “é de facto de elite porque a tradição reúne os funcionários mais bem pagos e colocados dos serviços públicos de Marvão. Não podemos esconder a verdade com paninhos quentes. O que custa é que esses funcionários pagaram todos à volta de 15 euros cada um por uma ementa suculenta e variada que esteve ao critério da Dona Irene. Não foi nado caro e não nos sentimos de forma alguma enganados. Vamos certamente continuar.

Dizia eu que o que custa é sabermos que houve quem achasse que este era um jantar de elite (pago por cada um do seu bolso) e tivesse a grande lata de estar no mesmo espaço, a jantar com pessoas ligadas à candidatura de Marvão a património mundial que foi nessa noite apresentada de novo. Eu posso estar enganado mas presumo que esse jantar é que foi de elite, de pessoas que encheram o bandulho à nossa pala, pago por todos os contribuintes que com os seus impostos, geram a receita que depois é repartida pelos municípios. Posso estar enganado. Sei que estou longe de ser perfeito. Muito longe. Jesus Cristo era filho de quem era, tinha a cunha do pai, e com 33 anos, menos 7 que eu, já estava cravado no barrote. Mas tenho cá um palpite… e não soube mais porque não quis. A consciência… sempre a consciência.

Bem te disse que a máquina fotográfica não te fazia falta. Esta fotografia tirada pelo meu telemóvel novo, não ficou má. Eu não te disse? E viste que não foste a única senhora? A querida Madalena Tavares nunca deixa os seus créditos por mãos alheias e esteve muito bem como sempre.

Querida Mila, se para o ano cá estivermos, até a querida Deolinda, reformada da Caixa Geral de Depósitos, há-de estar presente. Ela que, por vergonha ou medo ou falta de iniciativa dos promotores, nunca esteve presente, gostava de passar sempre lá para beber o cafezinho e contar umas piadas.

A tradição já não é o que era mas há-de ser… diferente. Há que mudar para sobreviver, para continuar. Temos de saber qual é o propósito e é esse que temos de seguir. O meu texto publicado no blogue na noite do encontro, é um bom ponto de partida para o futuro.
Sabes como cantava o grande Zeca Afonso: “Venham mais cinco, duma assentada que eu pago já!”

Um beijo do teu amigo

Pedro Sobreiro

1 comentário:

Helena Barreta disse...

Brinquei muito com as irmãs da Mila, com ela nem tanto, pois é mais nova do que eu, nas férias de Verão passadas na Escusa.

Um abraço