sábado, 19 de abril de 2014

Madrinhas... Feliz Páscoa 2014

As madrinhas e o pequenote
(num encontro fortuito na rua numa manhã destas, à hora do café)


Palavras esgalhadas em uma hora depois do serviço, até às 19h, como agradecimento à prenda há minutos recebida


Sozinho nas Finanças,
A minutos da hora de fechar,
Tocou de surpresa o telefone,
Quem é que teria de aturar?!?!? (a esta hora… L)

Do outro lado da linha,
Uma voz delicada, bem bonita e feminina,
Disse-me que o assunto era pessoal
Que não tinha nada a ver com a batina.

Tratou-me por afilhado
E aí fiquei logo a saber,
Que só uma das duas,
que tenho no mundo, poderia ser.

A de batismo é arrediça,
não gosta de beijos, pode até parecer agressiva.
Dá folares fornecidos pela mãe,
É assim meio esquiva.

Sendo assim só podia ser,
a minha madrinha adotiva,
Aquela a quem hei-de estar grato,
Para sempre e toda a vida.

Foi por ela que soube do concurso,
Que admitia tropas para a máquina fiscal.
Um sopro de alento e esperança,
Para um emigrado, longe da terra natal.
(Era só em Castelo Branco mas era longe na mesma!)

Na altura vendia carros,
na Opel para o pai Matos,
Mas sonhava vir para mais perto,
Para uma coisa fixa, mais de actos.

Na altura só tinha uma pequena,
Aquela com quem casei,
E foi por ela, vizinha da madrinha, (no Turismo)
Que soube que entrei.

A contratação foi tão feliz,
Que ainda ali continuo a jogar,
No mesmo sítio onde o marido da madrinha, (também será padrinho?)
Se tornou aposentado.

No serviço fui surpreendido,
Pelas prendinhas da nova madrinha,
Não resistindo, fui metendo
A mãozinha na saquinha.

Um bolo finto de grande categoria,
Que ainda vinha quente,
Por isso não lhe meti mão,
Porque ainda vinha com o Sol Nascente. (de Castelo Vide).

Amêndoas tradicionais de chocolate,
Daquelas gordas de Portalegre.
Das que se desfazem na boca,
Daquelas que não há com as quais quem se enerve.

Se o que cá há é bom,
E aquela cidade nisto é de primeira,
Vá lá um saquinho de rebuçados de ovo,
P´ra me encher a regaleira. (deixa cá provar um. Huuummmm… Aaaaaaahhhh….

Fiquei assim sem jeito, sem saber como agradecer,
A este gesto tão ternurento,
Pois eu também queria contribuir
Para adornar o mágico momento.

Que não, que se ia embora para o Porto da Espada,
Que eram coisas sem importância.
Mas que não! disse eu.
Também lhe queria trazer uma lembrança. (da santa sogra que é boleira)

Que isto não é troca por troca,
Que só me via depois, (da Páscoa)
Que ficava bem assim,
Amigos como sempre, os dois.

Pois com todo o respeito lhe digo,
Que para o ano fica combinado,
Que passamos a trocar prendas na quarta,
Para evitar os erros do passado. (deste ano)

Se somos madrinha e afilhado diferentes
Daquilo que é convencional,
Passamos a trocar prendas na quarta-feira de cinzas,
Bem diferente da Páscoa habitual (que é ao domingo).

E assim lhe digo,
Minha querida madrinha adotada,
Que não querendo (e não tendo tempo para) uma prenda.
Dou-lhe uma coisa por mim muito estimada.

Sou financeiro por necessidade,
Ganho ali para viver.
Mas trabalhar as palavras,
É realmente o meu ofício e saber.

Não aprendi em curso algum,
Apesar de para isso ter estudado,
Mas é coisa que sai cá de dentro,
Um mistério que não pode ser explicado.

Há coisas na vida,
Que parecem ter uma orientação divina.
Temos assim de saber seguir,
Com a orientação superior, a nossa sina.

Superior como a nossa relação,
Que é tão antiga e tão amiga,
Extensiva a filhos e netos,
Tão autêntica e tão expressiva.

Desejo-lhe assim,
Do fundo do meu coração,
Uma Páscoa sagrada
Cheia de amor e união.

Sorte e saúde,
Que o dinheiro sempre se arranja.
É o que costumo dizer,
E quem o diz não o esbanja. (Não sobeja…)

Desejo-lhe tudo o melhor,
Uma excelente continuação,
Oxalá para o ano,
Demos continuidade a esta nova tradição.



16 de Abril de 2012
Quarta-feira de Cinzas

Prenda do afilhado




Pedro Alexandre Ereio Lopes Sobreiro

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