terça-feira, 11 de abril de 2017

(7 anos depois) O magnífico plano do lobo (revisitado, por Alice)


A Biblioteca da escola da Alice promoveu há dias, as leituras partilhadas entre alunos e pais. Numa iniciativa muito interessante que visava incentivar esse ato de ler, pretendeu-se também o intercâmbio entre gerações, e a promoção da leitura, cada vez mais em desuso nesta era audiovisual.

A Alice quis, claro, que os dois pais participassem. De entre tantas histórias lindas que poderia ter optado, quis que repetíssemos a leitura que fizemos com a mana, acreditava eu que há 9 anos atrás (os que têm de diferença), mas só há 7, como pude reparar agora.


Sei que a Alice gosta de nós, pais, que é uma criança com uma esperteza e sensibilidade que por vezes nos deixa a pensar, e a bater mal com as suas reações. Mas se de nós gosta… venera a irmã. A Leonor é o ídolo único, a imagem do que ela quer, os passos de quem segue para saber como quer ser. Eu só lamento, muito, enquanto pai, que a diferença de idades que têm seja um fosso separado com um abismo, por vezes medonho, que as deixa a coabitar em mundos que parecem à parte.

Se a mais velha quer estar esticada no sofá, há guerra porque ela se cola ao lugar da outra.
Se a Leonor quer o VH1 e o MTV, há zanga porque a Alice quer o Disney Channel.
Se uma quer estar a namorar, há briga porque a outra quer atenção e ir andar de bicicleta.
Se uma quer estar a falar com as amigas e o namorado ao telefone, a outra porque quer atenção e brincar.

Sempre dois mundos.

- Alice, que historinha queres ir ler?
- “O Magnífico plano do lobo”!, sem pestanejar.
- Mas… essa foi a que lemos com a Leonor…
- SIM! EU SEI! POR ISSO É QUE A QUERO!

Claro que a quer… Se já a apanhei, vezes e vezes sem conta, a ver o nosso vídeo no youtube…

- Mas, se vamos fazer igual…

- Mas pai, os meus amigos nunca viram. Para eles é a primeira vez!


- Claro que ensaiamos, Alice. Temos de ensaiar. Se queremos fazer boa figura, temos de nos preparar. Nada se consegue na vida sem trabalho, sem preparação.

O azar foi que a boa da piquena enganava-se sempre nas mesmas falas, que a Leonor se tinha enganado. A vontade de ser tão igual dá nisto.

- Filha, não é assim. Tu, és tu. Tens de fazer as coisas à tua maneira! Nunca queiras imitar a mana, nem ninguém. Tu, és tu! Isso é das coisas mais valiosas que tens.

E assim foi. Eu gostei muito. Um lobo já mais velhote, um narrador mais batido, uma ovelhinha muito ilusionada e creio que foi bem.



Quero dar os parabéns às Sra. Professora responsável, e a todos os pais que se animaram a colaborar. Todos eles estiveram muito bem, desde as participações mais intimistas, às mais colaborantes, com mais do que uma família no mesmo grupo; e mesmo as mais simples, foram enriquecedoras.






Assim, separados por 7 anos de tantas histórias, o magnífico plano do lobo Sobreiro.   

O de hoje...



E o 1º.


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