quinta-feira, 21 de setembro de 2017

Poder estar no centro do mundo (de volta a ti, Cali...)

 


 Ora aqui está uma notícia que me faz orgulhar, e muito, do meu país.




Eu sei que tenho de me orgulhar (do tamanho) da língua, que se estende pelos continentes; da história, em que chegamos a dividir o mundo ao meio (esta mitad para mi, te quedas com la outra, vale?); não me orgulho assim muito do campeonato da europa que ganhámos no ano passado, porque tivemos uma sorte do catano, e mais ainda pelo preto, do qual nunca mais se ouviu falar, ter desferido um pontapézorro daqueles no esférico; nem me orgulho do Ronaldo, que é só um super-homem, que tem a mania que pode ter tudo, e quer ter filhos só dele (sem direito a mãe, os pobres). O Messi, para mim, joga mais! Chupa!


A grande notícia é que mais de 80 especialistas mundiais começaram anteontem, em Lisboa, a debater a doença de Alzheimer e as demências de forma global, um problema que afeta cerca de 50 milhões de pessoas no mundo.


Na Fundação Champalimaud, organizámos, com o apoio da Fundação Rainha Sofia, de Espanha a cimeira internacional “Alzheimer’s Global Summit”, que se prolonga até sexta-feira


Os especialistas sentaram-se assim, no nosso solo, para estarem focados em discutir e partilhar os recentes progressos em duas áreas distintas, mas complementares: a da intervenção terapêutica e a área de investigação sobre doenças neurodegenerativas, como o Alzheimer, Huntington e Parkinson.


O assunto é complexo, mas pode ser esmiuçado por qualquer um que ouse pensar, sem ser necessário ir tirar um curso a Nova Iorque. As pessoas duram cada vez mais. Ou seja fazem-se velhos cada vez mais tarde. Quando eu era puto, as avós eram sempre velhinhas vestidas de preto, porque os maridos já tinham marchado. Cabelos brancos, roupas escuras, e maleitas diversas. Hoje em dia, as avós estão cada vez mais modernas, mais dentro de prazo. Algumas, até parecem jovens!


Os humanos estão a tornar-se argutos em fintar a idade. Adotam estilos de vida saudáveis, praticam desporto até mais tarde, eles tomam comprimidos para serem homens firmes (e hirtos!), e elas, esticam a pele. Mas há um domínio, que a entidade superior que regula isto tudo, não deixa tocar: a caixa negra que todos tempos entre as orelhas. Quando essa avaria: ardeu a tenda! Podes estar, mas não estás. E eu tenho a minha menina, em estado stand by, na Santa Casa da Misericórdia de Marvão, refém deste calvário.


Quando passo de carro por lá, quando penso nela, sinto sempre um sabor agridoce, que tanto me suaviza o sentir, como me castiga a alma. Fico sempre feliz por saber que está tão bem, asseada, alimentada, bem tratada, querida; como fico refém do meu pesar por não podê-la ter junto de mim, como ela me teve colado a ela, quando me deixava dormir na sua cama, junto de si, porque os meus pais, que moravam ao fundo da rua assim o queriam, para me proteger do frio e da noite.


Sei que isto que está a ser tratado em Lisboa, será tão importante para a humanidade… embora me angustie saber que já não irá a tempo dela…


Talvez do meu, se chagar a estas idades… A minha outra tia, de esclarecida memória, costumava contar de uma sua avó que ficou assim… de volta à infância, de nada.


A crise global da demência (porque é disso que se trata. Chamam-lhe um nome estranja para dar feeling, mas é demência, o assunto) afeta mais de 50 milhões de pessoas no mundo. Agora, segurem-se: estima-se que daqui a 30 anos, este número seja 3 vezes maior. 3 vezes!


A cimeira vai reunir cientistas internacionais de mais de 20 países, entre os quais se contam 2 laureados com o prémio máximo da medicina, em 2004 e 2014: Richard Axel e John O'Keefe,  que farão intervenções sobre neurologia e genoma; bem como de redes de cérebro essenciais para a construção de memórias.


Lincon?!? Na... esse era outro!

O neurocientista John O’Keefe, Nobel da Medicina em 2014, pela identificação de um “GPS” cerebral, partilhou hoje em Lisboa alguns pormenores desta investigação, sobre a qual disse esperar que possa responder a desafios como o da doença de Alzheimer.


A investigação premiada descobriu as “células que constituem um sistema no cérebro de determinação da posição”, ou seja, uma espécie de GPS cerebral.


Este sistema permite responder a questões simples, tais como: “Como sabemos onde estamos? Como conseguimos encontrar o caminho entre um local e outro? Como guardamos esta informação de modo a pudermos encontrar rapidamente o caminho uma outra vez?”.


Na sua palestra, o laureado mostrou alguns vídeos da experiência, com os ratos que foram utilizados e que estabeleceram vários circuitos, os quais foram interpretados como mapas celulares relativos a células do hipocampo, parte do cérebro que é considerada a principal sede da memória.


O investigador referiu que o estudo da mudança do desenvolvimento sequencial e fisiológico em modelos pode vir a ser usado numa tarefa maior: a deteção da doença de Alzheimer nos humanos.

Falou-se na casa ideal para um doente destes, e de um bonequinho muito especial...


Minha querida... tanto que tu gostas de bonequinhas... Já lá tens 2 ou 3 que... tinhas dado à Alice e à tua afilhada Leonor. Foram estimadas, e agora regressaram à procedência.
Se eu pudesse, comprava-te uma foca destas...




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