quinta-feira, 14 de dezembro de 2017

Rio Ave - 3 x Benfica - 2 (Adeus ó taça!) que era nossa...




E não ganhas nada lá fora,
Não ganhas nada por cá,
Sabia que não podia durar sempre,
Mas porra, pior que isto, (acho que) não há.


Bater no fundo é duro,
E não se deseja, nem a quem se quer pior,
Porque parece que desaparece tudo,
(Tudo) O que no passado se teve, de melhor.


Foi um jogo eletrizante,
Disso ninguém pode duvidar,
Mas tu tiveste o sonho na mão, (ou no pé do Pistolas)
E deixaste-o voar.


São Jonas esticou a passadeira,
Ainda pensaste que sim,
Mas por falhanços graves, teus,
Sempre tombaste, por fim.


Vila do Conde é duro (porra),
Essa terra é norte sem fim,
Tem mulheres peixeiras barbudas,
Tem más recordações e afins.


O Marrafinhas do Cervi embrulhou-se, (palerma!)
Deixou passar o lance, e meter o primeiro,
Lionn chamou-lhe um figo,
Empatou, saiu ligeiro.


Ainda não tinha passado um quarto (de hora),
E já as estavas a amargar,
Um puto com ar de côca e paneleiro,
Marcou um golão de arrasar.


O puto Varela não é mau,
Esticou-se, viu se conseguia chegar primeiro,
Mas ia tão boa, e tão certeira,
Que mais parecia um morteiro (nem que fosse morcego lá chegava, o preto.)


Papas um, depois outro, e queres-te endireitar,
Queres-te pôr de pé, e respirar,
Mas cai-te a gentalha toda em cima,
E tens de amouchar.


Já estava tudo “ó tio, ó tio”,
A ver se conseguia marcar, antes de acabar,
E brilha a puta do guarda-redes Cássio,
Que brilha sempre contra a gente, sempre sem pestanejar.


Um penálti do Pistolas,
Batido com força, colocado, com vontade de entrar,
E o gajo estica-se como um gato, possuído,
E consegue ir-la lá buscar.


Eu, pessimista como sempre,
Pensei: “está tudo acabado”.
Mas eis senão quando, surge o nosso cabeçudão capitão,
E marca num canto, todo baldado pré frente, todo deitado. (de carrinho)


Esse grande símbolo acabou por depois, cair de pé,
num lance todo esticado,
Em que se magoa na perna,
E dá braçadeira ao Jardel, seu afilhado.


Sem ele, e como é ele,
Ficámos reduzidos a dez,
Com a carne toda no assador,
Sem hipótese, de meter alguém na sua vez.


Ele era Jonas (já rebentado),
Ele era Jiménez, ele era Sferovic,
Eles eram todos na frente e mais algum,
Mas todos juntos, não valiam um penic.


Uma terra agreste, pouca gente nas bancadas,
Toda a equipa a arrastar,
Debaixo da chuva, do nevoeiro,
E eu em casa, sozinho, à lareira, a arfar.


Por aqui se tira uma ideia,
Do que isto tudo pode ser.
No ano passado, tudo ganhámos,
Neste, tudo vamos perder.


Foi a Europa; agora, foi a taça,
E há-de ir a da Liga (que a gente ganha sempre),
Mas vai também o campeonato, (não me venham com essa conversa do penta),
Que isso mói-me a cabeça, e a barriga.


Nós podemos ser Benfica,
Ter paixão, amá-lo de toda a vida, e para toda a vida,
Mas a gente não é estúpidos,
Não fica assim convencida.


Quando os tempos mudarem, (e oxalá que mudem, depressa)
A gente pode sonhar outra vez,
Mas por agora, deixem lá os outros brincar,
Façam de conta, que nada se fez.


E pensem como eu,
Que há sempre coisas piores.
Acreditemos neste grande presidente, (que já tanto nos deu)
E esqueçamos os anteriores!


Pensem que o Vale de Azevedo voltava (medo!)
Ou vinha o bubatana do Vilarinho,
Caia o Carmo e a trindade,
Até enlouquecia o Zé Povinho!


Amanhã, quando gozarem convosco (o que é mais que natural, e merecido),
Digam que estão à rasca, e corram para a sanita,
Ou façam-se moucos, não liguem,
E moam-lhes assim a cabecita.


Eu cá, o Drocas Sabis, vai-se deitar,
E só espero que na terra dos sonhos,
Não haja bola, nem taças,
Nem equipas destas, para me apoquentarem os descansos.


Até amanhã. Que esse, seja melhor que o de hoje.

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