domingo, 4 de março de 2018

AS VELHAS GUARDAS DO GDA (1) x ARRONCHES E BENFICA (3)

O cartaz ficou bonzinho, não ficou? Pelo menos para isto... o gajo vai dando...


Antes de mais, uma nota prévia, para que não hajam dúvidas, nem constrangimentos (porque o que quero, é tudo menos isso): esta minha reportáge, é pessoal. É a minha visão do que se passou naquela tarde de ontem, e não vincula o Clube, do qual tenho a honra de ser dirigente e pertencer aos órgãos sociais (é como 2º secretário da mesa da Assembleia Geral, mas isso não interessa para aqui nada. Sou, e prontos!); nem vincula o Diretor das Velhas Guardas (do qual tenho a honra de ser grande Amigo, há mais de 30 anos); nem vincula o Mister (de quem tenho a honra de ser cunhado); nem vincula os demais ilustres colegas de equipa. Esta é a MINHA visão da… coisa, pelo escriba de serviço, dROCAS Sabis! Sem regras, nem concessões, como eu gosto de andar. Se o povo, que é sábio, diz que cada besta, sua pancada, esta é a minha! E olhem que para além da de nascença, já dei uma grande quando caí de mota mas isso é uma história muito longa, que vocês já devem de saber, de frente para trás, e de trás para a frente. Aqui, o objetivo é, claro está, não deixar que caia no esquecimento, nem na espuma de que é feita os nossos dias, o que de maravilhoso se passou ontem. Tenho dito.


Ouçam… estava uma invernada do camandro, desde logo, quando acordei! Quem tem um cão, sabe que a primeira coisa a fazer de manhãzinha, é levá-lo à rua para fazer… aquilo que nós fazemos, assim que metemos os pezinhos no chão. Mas o dia estava de tal maneira pívico, que quando lhe abri a porta da rua e lhe indiquei o meu propósito, o gajo olhou para mim assim com ar esgazeado, tipo a pensar: “Então mas este?!?!?!? Está maluco, chefe?!?!?!?!?”

As coisas foram avançando de uma forma tal que, à medida que se aproximava a hora do jogo, o cenário ia piorando. Já no banco, antes do apito inicial, o meu camarada de banquillo Henrique Martins, o Bomba de serviço, saiu-se a dizer que o avô sempre lhe tinha ensinado, que se queria saber o tempo, que olhasse para Marvão, no alto da serra, que ele vinha a descer. Assim sendo, lá de riba só vinha escuro, e viam-se umas cortinas que deixavam antever chuva.

Mister Guapo Dias recordando a sua classe enquanto jogador, num campo onde se tornou mítico (jogo um bocadinho mais no próximo? :) )

Rompe o partido e as gotas de chuva pareciam agulhas, de tão frias que estavam! Soube disto porque, sai do resguardo para ir fazer xixi ao pavilhão, e… até picavam.

Alguém me disse: “então não vais aquecer”? (fazer exercícios para ir preparando os músculos, tendo em vista a atividade que se seguiria)
Minha resposta: “AHAHAHAHAH, és um lírico! Antes prefiro uma rotura muscular, que estar aqui sentado o resto do jogo cheio de frio, com o rabo molhado.”
O mister continua a insistir, em apenas apostar em mim nos minutos finais, vá-se lá saber porquê…
Na verdade, eu até acho que o percebo. O mister Rui Vitória faz o mesmo com o Jiménez, que custou um pouco mais que eu, e ele não se zanga pelo que… há que aguardar.

E aguardei. Quando mais tempo ele não ia reparando em mim, mais eu me afastava da constipação que me azucrinou o espírito, e a carcaça, nas últimas semanas.

O banco é uma caserna.
A malta ri-se bués, não sou eu que estou armado em parvo para a foto.
Aquilo é mesmo assim. Os gajos estão a dizer piadas.
Olhemm lá atrás o matulão...

O relvado é sintético, de altíssima qualidade, e eu sei o que ali está, porque fui eu enquanto vereador do Desporto, que me responsabilizei pela candidatura para o concretizar. Belíssima grama artificial, num relvado FIFA 5 estrelas do melhor que há, com um bom escoamento de águas e tudo do melhor. A água corria a montes nas calhetas de baixo dos nossos pés (funciona!), mas à nossa frente parecia que a piscina municipal, iria abrir uma sucursal ali.

O jogo foi dividido, mais que rijinho q.b., e as maiores oportunidades foram deles. O guarda meta Rui Canuto teve de se esticar por uma vez ou duas, para a tirar de lá, que a gaja parecia que levava olhinhos.

Como este patamar das velhas guardas é composto por duas partes, em que a primeira é o jogo em si; e a segunda, muito mais importante, é o repasto final (por vezes, o motivo pelo qual alguns lá andam, mas esta parte não é biográfica, garanto); o resultado é sempre o que menos interessa. Para nós, no Grupo Desportivo Arenense, pelo menos, é assim; embora do outro lado, isso ontem não fosse bem óbvio. Houve picardias, arrufos, ralhetes e empurrões que me levaram a pensar: “epá… mas isto não é para curtir?”
Pois eles marcaram primeiro, o que estava corretíssimo. Mais aguerridos, mais atrás do placard; e nós, tão desfalcadinhos que eu tive de ira a jogo, consentimos.  



Estavam eles na frente e nós, de um livre direto cobrado à Messi, caído para o lado esquerdo, faturámos por Pedro Vaz! Foi o delírio na nossa casinha de suplentes, que foi transferido para a deles, porque não acharam absolutamente graça nenhuma, a que o nosso goleador tenha festejado a dizer algo como “toma!” de punhos cerrados dirigido a eles.
- Possa pá! Falta de jogo de cintura!

O jogo continuou como se fosse assim uma sequela do filme “Piratas das Caraíbas nos confins do universo” com muita água, muito passe a morrer antes de chegar ao outro jogador, preso na água, enfim…
Muito vento, muito frio, muita água e eis que acontece, aquele que para mim, na minha modesta opinião, foi o momento do homem do jogo: Simão Branco desfere um pontaézorro junto à nossa baliza, para aliviar um centro adversário, e em vez de o colocar fora na linha de fundo, encaixou-o bem dentro, na gaveta do ângulo da baliza, sem qualquer hipótese para o nosso guarda-meta.  

JJ já aprendeu

Uma boa oportunidade para aplicar aquilo que me tinha ensinado horas antes, nos balneários da piscina: “Uma coisa que tu tens de aprender, se queres parecer um jogador de futebol a sério, é que por mais absurda que seja a gesticulação do mister, quando te está a explicar o que quer de ti, em qualquer que seja o jogo… mesmo que tu não estejas a perceber patavina, a tua reação tem de ser sempre um fixe com a mão, convicto e seguro, capaz de transmitir a quem quer que esteja a ver, que vais resolver o jogo. Até porque as televisões podem estar a filmar!

Já não m’alembra se ficou 2-1 ou 3-1, mas isso pouco importa porque qualquer que tenha sido o resultado, o lance do jogo foi este.

Depois… o meu mister, tal como tudo previa, meteu-me para aí a 15 minutos do fim. Enquanto ia aquecendo, pensei: “ainda dá!”.
Lembro-me a ter dado o primeiro pontapé quando metemos a bola em jogo (é capaz de ter ficado 3-1, porque isto já foi bem depois do tento do Simão), e pouco depois… acabou!

- “Já?!?!?!?”, pensei. (ainda tendo espalhado tão pouco da minha magia?)

Desconfio que jamais sairei daqui...

- Ah, e não sei quê, e os gajos já não querem mais…

- Ai é assim?!?!? Tá bonito, está.

Prontos, portantos… tudo a desnudar-se no balneário, banhinho tomadinho e caminho do JJ Videira (a nossa catedral) para vermos se o nosso Benfica é capaz de ganhar ao Marítimo em casa!

Epá… as coisas aqui correram melhor! 1 chegava. Queira Deus os outros 4 não nos façam falta noutro jogo. São Jonas, outra vez ele, mais 3 golos, nos já 30 que leva para melhor marcador. Escuta: na Europa (continente bué da grande) ninguém, NINGUÉM marca como ele: 30 golos em 25 jogos! Veio a custo ZERO do Valência onde não jogava, encostado pelo treinador Nuno Espírito Santo do FCPuorto! AHAHAHAHAHAHAHAHAHAH… CHUPA!




No nosso Jota (sempre um ponto!), uma sopinha para refazer as forças, meteu um peixinho, uma carnucha, sobremesa, bebidas, sobremesa, cafezinho, ginjinha, e tudo aquilo a que se tem direito. Essa parte do jogo correu muita melhor, e até me dá a impressão que os gajos mauzões deles, ou não foram, ou perderam o pio, ao verem o ambiente e a camaradagem dos Arenenses. Porque é assim amigos arronchenses, eu sou novo na coisa e tenho poucos votos na matéria. Nunca joguei em qualquer escalão do clube, e a minha entrada para as Velhas Guardas foi direta. Passeei por lá as chuteiras há uns anos, depois tive um trambolhão de mota em que me ia finando, e porque Deus quis, cá estou ainda a dar pontapés, e a bola do GDA foi assim quase uma epifania. A experiência é pois pouca, mas daí vos aconselho a que não levem tudo tão a sério, senão vai ser difícil os outros meninos quererem brincar convosco. Acreditem que o balanço final, e o que mais importa, são os bons momentos que se passam em confraternização. Um bocadinho de desporto, correr, mexer, faz sempre bem, até porque legitima o banho e a comida después. Mas não é a mais importante. Acreditem que a gente faz assim. E não se sai mal. Levamos algumas grandes abadas mas… pouco importa. A sério.


Do convívio final, a estrela foi indubitavelmente, o artista convidado para árbitro, segundo contato do nosso rei dos Seguros Artur Costa, que contratou Mister Rolo, e su Ayudante para a linha. Bem… que nível de Homem. De, mas o do bigode… me mata! Jantáramos, comêramos, ríramos, brincaremos, e já na fase da sossega, entre o doce e o café, o homem ripa-me de su instrumento que é de… PARAR O TRÂNSITO. Que classe. Ele ripa de um negócio, sopra, e aquilo parece o Kenny G! Foi lindo, foi festa, foi curtir até mais não!


Se eu ainda mandasse alguma coisa na câmara, fazia já um contrato vitalício com ele. Um ordenado chorudo, casa, cama, e roupa lavada só para… apitar os jogos da velha guarda do Grupo Desportivo Arenense, e tocar no seu instrumento. Mágico!

Excertos da alegria a gente ontem!   














Vou falar com a minha mulher. Acho que vou adotá-lo!


A arma do crime. Simples, como tudo na vida, não é?











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