terça-feira, 29 de maio de 2018

Sobre a Eutanásia ("eu"= boa, "tanathos"=morte)



E agora que todos falam sobre a eutanásia, no momento em que todos votam sobre esse ato intencional de proporcionar a alguém, uma morte indolor para aliviar o sofrimento, causado por uma uma doença incurável ou dolorosa, sempre que realizado por um profissional de saúde mediante pedido expresso da pessoa doente… agora que esses 4 projetos de lei, do PS, BE, Verdes e PAN, foram chumbados em sede da casa da democracia, também o vosso tio Sabi, acha ter o direito de opinar, nem que seja aqui, no seu cantinho no limbo cibernético.

Das coisas, das tantas coisas que aprendi dos meus pais, uma das mais importantes foi que a forma mais fácil, justa, e proporcional de ajuizarmos sobre seja quem for, e o que for, é conseguirmos, em abstrato, colocarmo-nos no lugar do outro. Por aí tento, tanto quanto possível, reger a minha vida, enquanto ser vivo, que está no meio de iguais. Nunca prescindindo da minha visão, e do meu sentir, tento sempre não chocar contra os outros, e o que seja, de forma deliberada. Tento viver na procura incessante dessa perspetiva, de não deixar que a minha liberdade vá contra, e limite a liberdade dos outros.

Por exemplo, quero ter um cão, consegui ter espaço para ele, e agora, que cá o tenho, até as deixo pensar que ele é delas, e não meu; e não só não permito que os seus dejetos conspurquem a vida pública, como o ajudo a viver em liberdade, respeitando as suas idas à rua, de manhã, à tarde, e à noite (noitadinhas não são permitidas!). Passo assim, vivendo e deixando viver.     

A questão da eutanásia é de tal forma fraturante, e intensa, que até o meu Miguel Sousa Tavares, que considero sempre como o paladino da consciência portuguesa, manifestou em horário nobre que sobre a questão… não tem opinião formada!

Pois não tem ele, mas tenho eu!

Talvez importe aqui clarificar que, nesta fase da minha existência, estou convicto do Cristão que sou, praticante, embora não pratique todas as visões e opiniões da igreja que professo, quanto mais não seja porque sei que sou humano, falível, e erro. A cada semana que inicío, na missa de agradecimento ao senhor meu Deus, por essa nova oportunidade que me dá, bato no peito pedindo perdão por, por pensamentos, atos e omissões, deixar muitas vezes que a minha condição mortal não me deixe pensar, ou agir, da forma mais consentânea com essa minha condição de cristão.

Esta questão da eutanásia, que enfleuma jovens imberbes histéricos, em manifestações pró-vida, ou desdobra a intelectualidade, em gritos de liberdade; é para mim, do mais simples, e elementar possível.

Cada um destes que opinam, apenas os sentaria numa cadeira, os olharia nos olhos, e lhes pediria que, em abstrato, se imaginasse a si próprio, prostrado numa cama de hospital, aprisionado a uma doença letal, terminal, sem qualquer tipo de hipótese de recuperação possível, e imaginasse todo o cruel sofrimento que sofreria, e submeteria os entes queridos que o envolvem, tentando calcular o que sentiria nesse então.

Analisada assim… a eutanásia, é uma matéria de clemência. O homem… finito, falível, limitado, quando não é capaz de mais, quando atinge os seus limites do suportável, deve ter capacidade de pedir; e os outros, de concederem, a hipótese de terminar. Terminar a vida, ou o sofrimento neste corpo tereno onde vivemos, dependendo da convicção de cada um. Poderia ser uma libertação. Assim a vejo.    

Perante tudo isto que aqui defendo, é claro que sou favorável a essa benesse para quem, estando consciente da sua condição, pede para que o libertem dessa sua condição carnal. Como é mais que claro que Portugal, perdeu mais uma oportunidade de provar o contrário, e se deixou mais uma vez evidenciar como um país limitado, atrasado, de segunda linha, bem atrás de países como a Holanda, a Bélgica, ou o Luxemburgo.

Pobres e... soberbos.

segunda-feira, 21 de maio de 2018

Pai Nosso... TU EXISTES!

Este foi o "grito" que quiseram dar no final da música (tudo da sua cabeça):
"PAI NOSSO... TU EXISTES!"





Ontem vivi um dos dias mais felizes, nos 44 anos que tenho de vida.

Celebrou-se, na igreja da minha terra, a cerimónia do "Pai Nosso". A cerimónia dos alunos do 2º ano, entre os quais conta a minha Alice, dos quais sou catequista.

Se me tivessem dito, antes do grave acidente que sofri, e me haverá de marcar toda a existência, que viria a ser catequista um dia… mais cedo acreditava que me iria sair o Euromilhões, no qual raramente jogo. No entanto, aqui estou, ali estive, ali estava, e aquele era o sítio onde queria estar. Ora se isto não é obra de uma força que nos transcende, se não é obra do Espírito Santo, que por portas e travessas, nos coloca onde quer que estejamos, e não onde queremos estar; não serei o que poderá ser.

Por não me querer limitar a entregar um diploma, que o amigo Marcelino, nosso pároco, me providenciou; quis fazer algo diferente. Em conversa com ele, ao falar-lhe na intenção de cantar, tocar algo, fazer inédito, deixar marca (lema de vida) foi-me proposto o “Pai Nosso Galego”.



Não conhecia, mas descobri uma música lindíssima, com uma letra profunda, que cedo nos entrou, e os meus meninos logo gostaram. À viola, tive de (re)aprender quase tudo: desde a sequência das cordas, aos acordes (que tinha esquecido, na minha estranha; até para mim!, negação ao instrumento, após o acidente relacionado com ele, de fundo).

Ensaiámos muito, para que nada falhasse. Aprimorámos a letra, a forma de cantar, a posição dos (seus) corpinhos, os gestos, tudo ao maior detalhe, para que nada falhasse, e criasse a maior boa impressão possível.

Eu à viola… 7 anos depois, com este coro, esta envolvência, este ambiente e este motivo… foi algo… muito importante para mim. E espero que para eles, para todos também.


Tentámos fazer conforme a sua sugestão, cada um a cantar sozinho os seus versos, mas… naaaaaaa. Só com os 3 ao mesmo tempo, se aumentava a cadência, se acertava a métrica, se tornava tudo muito mais impactante.

Aprendemos e dissecámos, cada verso da oração que o Pai nos ensinou, e creio que ficou.

Eles sabem que o catequista é muito outsider, fora da linha, pouco escolástico, muito pragmático. Eles sabem que, para mim, e sobretudo para  o nosso senhor, a nossa força; tudo se resume a uma palavra: AMOR.

Amor por Cristo, Deus feito gente; amor pelo próximo, como se fosse por nós; e precisamente, amor a nós mesmos.

Vejo em cada um deles, um filho: a Eva, o Tiago, e claro, a Alice. Espero, sonho, que consigamos manter sempre esta ligação, ao longo da nossa vida.

A Alice Lança Sobreiro

A Eva Sofia Viegas Picado

O Tiago Batista Magro

Não quero frases feitas, decoradas, ditas sem pensar. Não quero orações repetidas ao estilo papagaio. Quero que sejam conscientes, respeitadores, amigos, que saibam ser irmãos dos próximos.

Obrigado (por tudo).

Foi, e será sempre, um prazer.


Pai Nosso galego (Junto ao mar)

[Acção de graças, Pai Nosso]


Junto ao mGar eu hoje ouvi,
Senhor, Tua vEmoz que me chamou
e me pedCiu que me entregAmasse a meus irmDãos.
Essa voz me transformou,
a minha vida ela mudou
e só penso agora, Senhor, em repetir-Te.
Pai nosso, em Ti cremos, Pai nosso, Te oferecemos,
Pai nosso, nossas mãos de irmãos (bis)
Quando vá para outros lugares
terei eu que abandonar
minha família e meus amigos por seguir-Te.
Mas eu sei que assim, um dia,
irei ensinar Tua verdade
a meus irmãos e, junto deles, repetir-Te.

sexta-feira, 18 de maio de 2018

OUTEIROS EM FESTA!



Caros conterrâneos, habitantes de Santo António das Areias, residentes nos Outeiros:

         Na tarde do dia 16 de Maio de 2018, reuniram na zona do Cantinho do Miradouro, por sugestão do nosso amigo Francisco Nunes, por todos carinhosamente conhecido como Chico Barril; os moradores Manuel António Santos, António Machado, Jesus Raposo, João Bengala, Mário Barradas, e Pedro Sobreiro. Outros tinham sido convidados, mas porque uns não puderam, por afazeres diversos da sua vida pessoal; outros porque se esqueceram, apenas estes compareceram. Por base do convite, não houve outra força que não fosse a amizade e estima pessoal. O objetivo foi lançar a base, e dar os primeiros passos, para que no futuro possamos vir a realizar a festa dos Outeiros.


         Longe de quaisquer outros interesses, políticos ou partidários, a força que nos une é o prazer por vivermos juntos, nesta área de Santo António das Areias. Isso queremos celebrar!
         As festas populares já viveram os seus tempos áureos, nos anos 80 e 90. Contudo, as limitações normativas, sobretudo tributárias, fizeram com que caísse em desuso, a prática desta manifestação popular tão salutar. A intenção destes amigos, é precisamente reavivar esta tendência, dentro de toda a legalidade, e conseguir reunir as condições para que se festeje o nosso bairro.
         Ao perspetivarmos a festa dos Outeiros, queremos que esta área, esta zona, seja um ponto comum, capaz de reunir os habitantes do antigo bairro dos Outeiros, e os há poucos anos chegados ao Bairro Manuel Pedro da Paz. Seremos todos juntos, com a mesma base, com o mesmo objetivo.
         Para que este propósito se concretize, necessitamos da sua / tua / vossa ajuda, aí de casa. Procuramos braços, e cabeças, que queiram ajudar! Nesta organização, nesta comissão de moradores, todos fazem falta! Deixemos que a liderança seja repartida, e as vozes de comando surjam naturalmente, em toda e qualquer área de trabalho/lazer.
         Após estudo do calendário de festas e romarias do nosso concelho, para que não haja duplicações, nem atropelos; apontámos para que neste ano, os festejos se realizem nos dias 29 de Junho, sexta-feira; e sábado, dia 30; os dias da saudosa e sempre recordada festa da Relva da Asseiceira, cuja excelente organização nos serve de modelo. Para este ano de arranque, faremos festa em apenas 2 dias. De futuro, caso tudo se desenrole como esperamos, poderemos estender a festividade por mais dias.
         Todos fazem falta, sobretudo neste primeiro ano. Seja na cozinha, nos bares, nas arrumações, no serviço de mesa, no apoio logístico, não há esforços que sobrem.
         Os proveitos serão investidos NA ÍNTEGRA, em melhoramentos diversos para os Outeiros, segundo propostas abertas a todos, e decididas pela maioria.
         Nada nos norteia, senão o bem comum!
         Ajudem-nos a ajudar-vos (a viver aqui, melhor).

         A Comissão,

Sobre o teu batismo sobre carris...


Post dedicado à mentora deste dia absolutamente fantástico, e inesquecível em família: a senhora professora Luísa Rodrigues. Sempre bem haja! ;)

Escrevi assim então, no meu mural: 

Pedro Sobreiro está a sentir-se agradecido.
Luisa Rodrigues: Obrigado querida, por sua iniciativa (que deu ouvidos, e asas às da minha filha Alice), estamos agora a sair, para o seu batismo sobre carris. Diz ela, que é um sonho que se realiza... 
Para bisneta de um Chefe de Estação, que se reformou enquanto inspetor da CP... é todo um feito. 
Obrigado!